By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Rádio Najuá – Imagem: Pedro Henrique Torre (ESPN)
De novo, julgada. E, de novo, punida. Depois do caso Heverton em
2013, a Portuguesa voltou ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva
nesta quarta-feira, e acabou penalizada, por unanimidade, com a perda de
três pontos e multa de R$ 50 mil pela Quinta Comissão Disciplinar, no
Rio de Janeiro. O clube poderia ter sido excluído da competição, mas a
pena foi descartada. O motivo foi o abandono da partida de estreia na
Série B do Brasileiro, aos 17 minutos do primeiro tempo, no dia 18 de
abril, contra o Joinville. O clube catarinense foi declarado vencedor do
jogo, com triunfo de 3 a 0, pelo tribunal.
O
clube alegou que cumpriu a decisão de uma liminar obtida por um torcedor
que obrigava a CBF a incluir a Portuguesa na Série A. A decisão não é
definitiva e o clube paulista pode recorrer ao Pleno do STJD. Também
citados no processo, o técnico Argel Fucks acabou punido com quatro
jogos de suspensão e o presidente do clube, Ilídio Lico, pegou gancho de
240 dias, além de multa de R$ 80 mil. Já Marcos Rogério Lico, dirigente
da Portuguesa e filho do presidente, acabou punido com 240 dias de
suspensão e multa de R$ 100 mil.
Antes do
início do julgamento, o advogado Osvaldo Sestário, advogado da própria
Lusa em 2013 no julgamento de Heverton, pediu ao tribunal o ingresso de
outros clubes como partes interessadas, como já fizera o Joinville:
Paraná, Luverdense, Icasa, Atlético-GO, Oeste, Santa Cruz e ABC. Todos
os pedidos, no entanto, foram negados.
A
Portuguesa fora denunciada em dois artigos do Código Brasileiro de
Justiça Desportiva (CBJD): o 205 (impedir o prosseguimento da partida
que estiver disputando, por insuficiência numérica intencional de seus
atletas ou por qualquer outra forma) e o 231 (pleitear, antes de
esgotadas todas as instâncias da Justiça Desportiva, matéria referente à
disciplina de competições perante o Poder Judiciário, ou beneficiar-se
de medidas obtidas pelos mesmos meios por terceiro).
As
penas tinham previsão de perda de pontos para o adversário, multa de R$
100 mil e até mesmo exclusão do campeonato. De início, a Procuradoria
apresentou prova em vídeo da partida, mas sem áudio. A Portuguesa,
representada pelo , requisitou a utilização da internet, do site
Youtube, para acessar um vídeo e utilizá-lo como prova de defesa.
O
presidente da Quinta Comissão acatou e um laptop foi levado até o
tribunal. Ao redor dele, todos auditores e os representantes dos clubes
se aglomeraram para observar o fato. Com a demora em carregar o vídeo, a
Portuguesa desistiu da prova. O primeiro a ser chamado a depor foi o
presidente da Portuguesa, Ilídio Lico. Questionado duramente pelso
auditores se fora intimado de maneira oficial a tirar o time de cammpo,
ele disse que não. E explicou que tomou a decisão motivado por um
"terror".
"Fernando Guimarães ligou para mim
dizendo que o autor faria uma queixa-crime. Fernando Guimarães faz parte
do conselho da Portuguesa. É da minha confiança. Ele me disse que eu
seria penalizado, até preso. Isso foi um terror", disse Ilídio Lico.
Reiterando que buscava respeitar a lei, Ilídio Lico fez um pedido ao tribunal e até colocou o cargo à disposição.
"A
Portuguesa não pode mais ser prejudicada. Se tiver de entregar o cargo,
eu até entrego. Posso ser penalizado. Mas não o clube. Jamais quis
enfrentar a CBF, a Federação Paulista. Ninguém. Respeito José Maria
Marin, doutor Marco Polo (del Nero). Fiquei em pânico por todo o terror
que foi feito", completou Ilídio Lico.
'Ilegal e vergonhoso', diz Argel sobre abandono
Em
seguida, o filho do presidente, Marcos Rogério Lico, foi chamado ao
tribunal para contar a versão dos fatos. Marcos garantiu que a
Portuguesa deixou a partida por determinação do delegado do jogo, diante
da apresentação da liminar. Argel Fucks, técnico da Portuguesa, foi
chamado a seguir. Ele garantiu apenas cumprir ordens.
"A
partida foi interrompida pelo delegado. As imagens são claras. Pergunto
para ele se é para parar o jogo. Ele diz que sim. Se o delegado não
entrasse nós estaríamos na partida. Pela minha decisão a gente teria
jogado o jogo. Mas sou funcionário do clube e acato ordens. A gente não
ia viajar dois dias para chegar lá e não jogar", afirmou Argel Fucks.
O
técnico ainda complementou que ele e os jogadores questionaram a
diretoria da Portuguesa sobre a saída de campo e tentaram demovê-la da
ideia, sem sucesso. Perguntado se tinha certeza que sua decisão de
deixar o campo era correta, Argel foi enfático:
"Tenho certeza de que foi ilegal. E vergonhoso", vociferou o técnico.
O
procurador Alessandro Kishino pediu a punição da Portuguesa, de Argel e
dos dirigentes do clube argumentando que os depoimentos foram
claramente contraditórios. Segundo Kishino, o abandono da Portuguesa de
campo foi combinado previamente. Neste momento, Ilídio Lico e Argel
balançaram a cabeça negativamente, mostrando contrariedade com a
acusação.
Advogado da Portuguesa, José Luiz
Ferreira de Almeida negou qualquer combinação prévia para abandono em
campo, lembrou que a CBF fora informada sobre a liminar desde o dia 11
de abril, uma semana antes da partida, e pediu a absolvição de todas as
partes. Mas não houve jeito. Mais uma vez, a Portuguesa deixou o STJD
derrotada.
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