By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Ginny Morais (Rádio Câmara)
Guilherme Moura de Jesus, professor de 28 anos, reagiu a uma tentativa
de roubo de celular. Acabou assassinado. Um menino de 13 anos confessou e
se entregou a polícia. O funeral do professor logo se transformou num
protesto. O menor infrator, por ter menos de 18 anos, não pode ser
preso: tem que cumprir as chamadas medidas socioeducativas. E, pela lei
atual, elas podem durar, no máximo, 3 anos.
Casos como esse assassinato no Distrito
Federal reacendem o debate sobre a diminuição da maioridade penal.
Revolta e pressão que vem parar no Congresso Nacional. Mas, para
permitir que menores de 18 anos sejam presos, seria preciso mudar a
constituição. O que não é fácil. Tanto, que o Congresso Nacional nunca
chegou nem perto de um consenso sobre o assunto, apesar de haver muitas
propostas do gênero por aqui.
Por isso, um grupo de parlamentares
mudou a estratégia: ao invés de diminuir a idade penal, a proposta é
aumentar a punição dos infratores.
Mas nem essa proposta está sendo bem
aceita por parte dos deputados. Tanto que esvaziaram a reunião em que o
texto seria apresentado. Mas os pontos principais do projeto que quer
alterar o estatuto da criança e do adolescente foram adiantados para a
TV e a Rádio Câmara:
- Amplia de 3 para 8 anos o tempo máximo
de internações de adolescentes que cometerem crimes hediondos como
estrupo e ssassinato.
- Cria a avaliação psicológica
obrigatória, a ser feita antes e depois de o adolescente ser internado
para cumprir medidas socioeducativas. Se na hora de sair, ele for
considerado perigoso para a sociedade, pode continuar internado, só que
em um hospital de custódia, e ser reavaliado a cada 6 meses.
- Separa os adolescentes maiores de 18
anos dos demais, obrigando os governos estaduais a construirem
instituições específicas. Caso não construam, podem responder por
improbidade administrativa.
- Aumenta a pena para adultos que usam menores de idade para cometer crimes.
Para o relator, deputado Carlos Sampaio,
do PSDB paulista, é uma boa proposta, mesmo que não trate diretamente
da diminuição da maioridade penal.
"Há uma grande divergência na casa
legislativa se deve haver ou não a redução. Eu, particularmente, sou
favorável a redução. Mas como a redução ainda não aconteceu, nós estamos
dando uma resposta tanto ao adolescente que pratica um crime grave
quanto à sociedade que aguarda uma resposta por parte dos legisladores"
Mas o vice-presidente da comissão de
Direitos Humanos, deputado Nilmário Miranda, do PT mineiro, discorda da
proposta toda. Ele critica que os estados nem chegaram a colocar em
prática o sistema que prevê educação e ressocialização de infratores. E
em vez disso, querem mudar a lei, usando o modelo de encarceiramento,
que, segundo ele, já provou não funcionar. Como exemplo, Nilmário
Miranda cita a penitenciária da papuda, no Distrito Federal.
"Tem 6 mil vagas e 13 mil presos. Vão
levar pra lá? Adolescentes? É isso que é a proposta nossa para os
adolescentes do brasil? Essa proposta está abrindo a porteira para a
redução da maioridade penal, pra entupir as nossas cadeias apodrecidas
também com jovens, com adolescentes".
A previsão é de que a proposta seja apresenta daqui a duas semanas.
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