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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: DivulgaçãoCom apenas três anos de idade, Maria Fernanda já enfrentou muitos
desafios. A menina nasceu prematura, com síndrome de Down e cardiopatia
congênita. Embora novinha, precisou passar por uma cirurgia no coração e
há alguns meses, recebeu uma notícia ainda mais difícil. Após sofrer
AVC isquêmico, foi diagnosticada com uma doença rara: a Síndrome de
Moyamoya. A família agora corre contra o tempo para conseguir uma
cirurgia no cérebro, que não é realizada no Tocantins.
A síndrome não tem cura, deixa o cérebro sem capacidade de receber a
quantidade de oxigênio e nutrientes que precisa para o seu
desenvolvimento. A cirurgia, segundo os pais, é o único meio para evitar
novos episódios de AVC e, consequentemente, dar mais qualidade de vida à
menina.
“É a única maneira de tentar reverter e proporcionar melhores dias de
vida. Mesmo com a cirurgia, a doença não tem cura. A cirurgia vai evitar
novos AVCs e controlar a doença. A gente está correndo contra o tempo
porque um lado do cérebro está lesionado, a qualquer segundo, pode
sangrar e causar novos episódios de AVC”, relatou a mãe Larissa Miranda
de Carvalho.
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Maria Fernanda precisa passar por cirurgias nos dois lados do cérebro. O
custo com a equipe médica para apenas um procedimento fica em torno de
R$ 128 mil, sem mencionar os gastos com o hospital.
Para conseguir arrecadar, eles contam com a ajuda de familiares, amigos
e pessoas solidárias comovidas com a situação da família. A mãe disse
que vendeu o carro para conseguir parte do dinheiro.
Mas, Larissa e Gerson seguem com fé. A força vem do desejo de que a filha continue viva e com mais qualidade de vida.
“Estamos aflitos porque precisamos dessa cirurgia o quanto antes. É um
misto de angústia, tristeza e gratidão pelos amigos que estão ajudando”,
disse o pai.
Maria Fernanda - menina guerreira
Maria Fernanda nasceu prematura e com Síndrome de Down. Após chegar ao
mundo, não foi para a casa com os pais. Precisou ficar na UTI por 18
dias por conta de uma má formação no coração.
Com seis meses de vida, a bebê passou por uma cirurgia para corrigir a
cardiopatia congênita. O pai relata que a menina foi a primeira criança
de Palmas a realizar a cirurgia por meio do cateterismo. O procedimento
foi bem sucedido e o problema, 100% corrigido.
A criança seguia bem e feliz, enfrentando pequenos desafios diários, mas neste ano, tudo mudou.
“Desde o início do ano, ela começou a apresentar diversos episódios de
febres altas. Nós íamos para o hospital, fazíamos todo o tipo de exame e
não descobríamos nada. Os médicos davam remédios e ela voltava para
casa. Mesmo sendo uma menina cardiopata, os profissionais nunca se
atentaram que poderia ser algo neurológico”, disse a mãe.
Larissa informou que precisou levar a filha pelo menos quatro vezes ao
hospital após um quadro de vômito e febre de 40 graus. Na época, a mãe
começou a notar comportamentos estranhos no corpo de Maria Fernanda.
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“Ela acordava super ativa, mas no decorrer do dia, ela passou a cair
muito, com facilidade. Eu percebia a fraqueza da perna do lado direito,
como se estivesse perdendo o jogo da perna. Em abril, Maria Fernanda
teve a primeira crise convulsiva. Mesmo tendo falado no hospital que ela
tremeu, babou e revirou os olhos, eles não a encaminharam para um
neurologista”, relatou Larissa.
Na época, Maria Fernanda foi encaminhada para a UTI e submetida a
ressonância e tomografia. Os exames identificaram que havia lesões no
cérebro. A menina foi liberada e quando chegou em casa, no mesmo dia,
sofreu um AVC.
“Ela perdeu o movimento total do lado direito, olho, boca, tudo ficou
paralisado. Ela voltou para a UTI e os exames identificaram um ACV
grande, que lesionou toda a parte direita do cérebro. Mas em momento
nenhum soubemos que os dois lados estavam afetados”, relatou Larissa.
Em junho, veio o diagnóstico ainda mais difícil: a síndrome de Moymoya.
“Quando descobriram, nos informaram que o tratamento não é feito no
Tocantins, que a doença não tem cura e que ela seria apenas acompanhada.
Os médicos falaram que não iriam solicitar a cirurgia por causa da
idade. Ficamos nesse impasse”, relatou a mãe.
Gerson e Larissa não se conformaram. Pesquisaram sobre os tratamentos
realizados no Brasil e descobriram um neurocirurgião de São Paulo,
especializado nesse caso. As consultas com o profissional foram
realizadas na semana passada.
Agora, o objetivo é conseguir as duas cirurgias que a menina precisa.
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“A cirurgia precisa ser feita o mais rápido possível porque ela corre
risco de ter AVC a qualquer momento, pode ser agora ou daqui 10 anos,
não sabemos. Segundo o médico, se ela tiver outro AVC isquêmico, corre
sério risco de não conseguir recuperar os movimentos. Se for o AVC
hemorrágico, a chance de não conseguir salvá-la no estado é ainda
maior”, relata o pai.
A mãe informou ao g1 que vai procurar ajuda e acionar a Justiça para
tentar conseguir os valores para as duas cirurgias. No entanto, o medo é
que o tempo de espera seja grande demais para a urgência que o caso
requer.
Após o AVC, a menina conseguiu retomar parte dos movimentos. Segundo a
mãe, ela ainda ainda arrastando a perna direita e não consegue abrir e
fechar a mão.
"Ela consegue mexer o braço, tenta pegar objetos, mas não consegue
abrir a mão porque o cérebro não consegue passar todas as informações".
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