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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: INTERVALO DA NOTICIAS – Imagem: Divulgação A maneira como o lendário São João Maria, líder da resistência dos bugres e caboclos na luta pela terra na Guerra do Contestado, acabou tendo seu nome associado às nascentes de rios em lugares tão distantes - como Ponta Grossa,
Prudentópolis e
Guarapuava - da área de conflito na fronteira do
Paraná com Santa Catarina, é um mistério tão grande como a própria existência dos três monges que levaram o nome “João Maria” em períodos distintos da história, mas são, por fé, aceitos como se fossem somente uma pessoa. Segundo a professora de história da Universidade Estadual de Ponta Grossa (
UEPG ), Solange Ramos de Andrade, que realiza pesquisas sobre a história cultural das religiões: “A presença de monges foi muito comum aqui nos Campos Gerais, e seus traços ainda são muito fortes na crença das pessoas, especialmente das classes populares”.
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Um estudo realizado pelos professores da UEPG, Karina Janz Woitowicz e Sérgio Luiz Gadini identifica que “São João Maria percorreu a Região Sul do país dentre os períodos da Guerra do Contestado, Guerra dos Farrapos e Revolução Federalista”. Além de Ponta Grossa, Guarapuava e cidades da região, em Prudentópolis, a aproximados 270 km do perímetro onde aconteceu o conflito do Contestado, existem várias fontes denominadas São João Maria as quais unem misticismo e fé, reforçando o compadrio nos quais amigos e parentes se unem pelo acolhimento das crianças no ritual conhecido com “padrinho ou madrinha de rio”, uma tradição que persiste mesmo que não incorporada oficialmente aos rituais da Igreja Católica. Mas, se o mistério existe não nos cabe desvendá-lo, apenas registrar que foi tal a devoção ao Monge que se postou ao lado do povo mais simples, que aquele acabou sendo associado a um dos bens mais preciosos da natureza: a água. Assim, a natureza conta com um intercessor à altura da necessidade de preservação.
E foi seguindo esta caudalosa tradição mística e social que entidades governamentais, ong, escolas e comunidade promoveram a recuperação de mais uma fonte “João Maria” em Prudentópolis, dia 15 e 16 de novembro. Com o apoio do Instituto Guardiões da Natureza (
ING ), Centro Cultural Maria Bugra, EMATER, IAT, AFUBRA, Secretaria da Educação, Secretaria da Agricultura, Dep. Estadual Goura, Assessoria Dep. Dr. Antenor, Escola Municipal Acir Carvalho da Luz, Escola Municipal Tiradentes, Srs. Marcelo Ternoski e Amilcar, (pedreiros), Alex e Xororó (prefeitura), um mutirão foi realizado para limpar o local da fonte no Rio Bilica, recolhendo o lixo, restaurando a capela, plantando mudas, instalando placas de sinalização e lixeira. O custo da alimentação, durante a atividade de limpeza reunindo alunos, além das placas de sinalização e materiais de construção, tiveram o patrocínio do Mercado Dal Santos, do Mercado Dal Center Avenida, Mercado Superpão, Mercado Stroparo, Cooperativa Camp. Viveiro TEC Vida e Dep. Goura e equipe.
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A atividade cooperativa de natureza ambiental visa conscientizar a população da importância da preservação em um mundo cada vez mais afetado pelas mudanças climáticas, e unir a comunidade em torno da proteção das fontes. Os organizadores agradecem a todos e todas que se dispuseram a ceder seu tempo e deram algum tipo de contribuição, convidando aos munícipes para que também se somem a estas iniciativas, e ajudem a preservar as nascentes, denunciando quem joga lixo nas imediações e auxiliando na fiscalização.
Fotos
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