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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RIC MAIS – Imagem: DivulgaçãoPartido do presidente Jair Bolsonaro, o PL entrou com um pedido na
Justiça Eleitoral para cassar o mandato do senador eleito Sérgio Moro
(União Brasil-PR). Em um processo sigiloso movido pelo diretório do
Paraná, o partido moveu uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral.
O
movimento se dá poucos meses depois de Moro ter apoiado publicamente
Jair Bolsonaro e até mesmo acompanhado o então candidato à reeleição nos
debates televisivos do segundo turno da eleição presidencial. Segundo
apurou o Estadão, apesar de patrocinado pelo diretório no Paraná, a ação
conta com o aval do presidente nacional Valdemar Costa Neto.
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Moro foi eleito senador pelo Paraná com 33,82% dos votos,
em uma disputa apertada com o segundo colocado, o deputado federal
Paulo Martins (PL), que alcançou 29,12% dos votos. Segundo apurou
o Estadão, internamente, a esperança é de que a legenda consiga alijar o
ex-juiz da Operação Lava Jato do Senado e ficar com a vaga de Moro.
Procurado,
o presidente da legenda no Paraná, Fernando Giacobo, afirmou que não se
manifestaria porque o processo está sob sigilo. Valdemar Costa Neto
também não se manifestou. A assessoria de imprensa do PL Nacional apenas
informou que a ação é patrocinada pela legenda no Estado.
Os detalhes da ação estão sob sigilo, mas o Estadão apurou
que o PL deve questionar irregularidades nos gastos de campanha do
ex-juiz. O partido vem de um grande desgaste no Poder Judiciário, após
ter questionado as urnas do segundo turno das eleições presidenciais e
ser penalizado pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre
de Moraes, uma multa de R$ 22 milhões por litigância de má fé.
Procurado, Moro disse que desconhece a “existência de
eventual ação do PL” e nada tem “a recear quanto à lisura, regularidade,
transparência e seriedade das doações e despesas eleitorais.”
A ofensiva contra Moro
também seria uma forma de agradar setores do Judiciário que desde sempre
se posicionaram de maneira crítica à Lava Jato, mas que se revoltaram
com a ofensiva contra as urnas, que atendeu a interesses do presidente
Jair Bolsonaro (PL), derrotado em 2022.
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A medida contra Moro representa uma dura investida contra
um aliado importante do presidente Jair Bolsonaro durante as eleições
de 2022. A presença do ex-ministro nos debates presidenciais, que havia
acusado o presidente de intervir politicamente na PF e ensejado a
abertura de um inquérito no STF, foi a grande novidade e carta na manga
de Bolsonaro no segundo turno.
A legenda toma como precedente
político para tentar tirar Moro do Senado o caso da ex-juíza Selma
Arruda, que foi cassada por irregularidades na prestação de contas e
cuja vaga foi preenchida pelo terceiro colocado nas eleições ao Senado
daquele ano. Conhecida como linha dura do Judiciário matogrossense, e
famosa por impor duras penas ao grupo político do ex-governador Silval
Barbosa – que, hoje, é delator – , Selma ficou conhecida como “Moro de
saias”.
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