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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: CORREIO BRAZILIENSE – Imagem: DivulgaçãoNão é raro encontrar alguém que alega ver “minhoquinhas” ao olhar para a
luz ou para uma tela de computador. As impressões na visão parecem
pequenos insetos que se movem pelo olhar e logo somem quando se foca em
outro ponto. A condição, que é uma questão estudada a fundo pela
ciência, pode ser comum ou ser um sintoma de um problema ocular.
Na ciência, o fenômeno foi batizado de muscae volitantes,
uma expressão em latim que quer dizer moscas voadoras. Apesar do nome
sugerir um inseto, as aparições irritantes no olhar não são causadas por
moscas ou por qualquer outro tipo de interação externa, pelo contrário,
elas estão dentro do globo ocular.
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São objetos, de várias origens
biológicas, que fazem sombras na retina — o espaço no olho sensível à
luz.
Funciona assim: quando o olho se
depara com uma intensa luz, mais comumente com um “pano de fundo”
consistente — como uma lâmpada, um poste, uma tela em branco do
computador e um céu azul —, a luz recebida passa pelos objetos, que
causam sombra na retina e revelam as “minhoquinhas” na visão.
Apesar de parecer um assunto delicado — e
que pode até causar gastura para quem tem agonia com os olhos —, as
moscas voadoras são, no geral, benignas. As minhoquinhas podem ser
pedaços de tecidos, hemácias ou um nódulo de proteínas.
De acordo com o professor de física e
biologia Michael Mauser, que explicou sobre o fenômeno em um TED
Education, esses pedaços flutuam nos vasos do humor vítreo, um líquido gelatinoso que preenche o olho, e aparecem mais na visão quando chegam próximo à retina.
“As
moscas volantes são praticamente indistinguíveis na maior parte do
tempo. Eles ficam mais visíveis quanto mais perto estiverem da retina,
como manter sua mão mais perto de uma mesa com iluminação vinda de cima
vai resultar em uma sombra bem mais definida”, explica o professor.
Com o tempo, as moscas voadoras se tornam imperceptíveis porque o
cérebro aprende a ignorá-las. Mas Michael Mauser alerta: “quando uma
pessoa passa a enxergar uma grande quantidade de moscas ou moscas em
tamanhos exorbitantes, que causem uma dificuldade em enxergar, podem ser
um sinal de uma condição mais séria que exige tratamento médico
imediato”.
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Uma
condição parecida com as moscas voadoras ocorre apenas ao olhar para um
céu azul: pontos de luz pequenos e rápidos, que começam a aparecer na
visão, chamados de Fenômeno Entóptico do Campo Azul.
Diferente das moscas voadoras, que ocorrem
ao refletir sombras na retina, os pontos são espaços em branco que
refletem na retina ao receber a luz. Esses espaços são causados pela
movimentação das células brancas do sangue que se deslocam pelos vasos
sanguíneos, chamados de capilares, ao longo da superfície da retina.
Às vezes, as células brancas, chamadas de
leucócitos, podem ser tão grandes que enchem um vaso sanguíneo e deixam
um espaço ao passarem pelo local. “Como o espaço e os glóbulos brancos
são ambos mais transparentes à luz azul do que glóbulos vermelhos
normalmente presentes nos capilares, vemos um ponto móvel de luz sempre
que isso ocorre, seguindo o caminho dos capilares e se movendo no ritmo
do seu pulso”, explica Michael Mauser.
Ainda é
possível que os pontos tenham uma cauda negra, causadas pelo acúmulo dos
glóbulos vermelhos, as hemácias, atrás do glóbulo branco.
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