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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: DivulgaçãoO presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), corre para tentar colocar de pé nos próximos dias uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê que ex-presidentes da República possam se tornar senadores vitalícios – com direito a imunidade, mas fiquem proibidos de concorrer em eleições.
A articulação de Lira, segundo o blog apurou, começou pelo Senado,
envolve partidos da base do atual governo e da oposição e visa a
garantir um caminho mais tranquilo para conseguir aprovar, na Câmara,
uma outra PEC – a da Transição, que amplia o limite de gastos do governo
federal e da qual o futuro governo Lula depende para cumprir promessas de campanha.
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A PEC da Transição
foi aprovada com folga no Senado, mas o cenário não é o mesmo na
Câmara, e, para passar nessa Casa, vai precisar de votos de partidos do
Centrão, como o PL de Bolsonaro. Lira vem alertando o governo Lula desse cenário desde a votação no Senado e, por isso, busca um acordo.
Bolsonaro reagiu mal, mas foi alertado sobre risco de prisão
Nas primeiras tratativas, Lira conversou com interlocutores de Lula (PT) sobre a PEC que cria o cargo de senador vitalício. Recebeu sinal verde de petistas, e, assim, senadores ligados a Flávio Bolsonaro consultaram o Palácio da Alvorada.
Segundo o blog apurou,
Bolsonaro reagiu mal. Na visão de articuladores da proposta, o
presidente teria se sentido humilhado, num primeiro momento, ao saber
que a proposta já era de conhecimento de alguns de seus filhos.
Diante dessa reação – e para tentar construir uma saída mais pacífica –
o próprio Lira assumiu as articulações: conversou com o presidente, que
argumentou que sua preocupação era, por meio da aprovação da PEC da
Transição, entregar dois anos de Auxílio Brasil (nome atual do Bolsa Família) para o PT “fazer muitas prefeituras” e preferiria um ano.
Bolsonaro ouviu, então, que não deveria estar preocupado com “fazer
prefeituras” e, sim, com seu futuro jurídico – traduzindo, com uma
eventual prisão.
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A PEC do senador vitalício ainda não existe no papel – é, até o
momento, uma ideia nos bastidores entre Centrão, PT e bolsonaristas
pragmáticos. O desenho até aqui é o seguinte:
- Seria opcional – ou seja, cada ex-presidente poderia escolher se quer ocupar o cargo ou não;
- Quem optar por ser senador vitalício vai ter direito a voz no Plenário, mas não a voto;
- Teria, também, imunidade (ainda não se sabe com qual alcance);
- Ficaria inelegível – ou seja, não poderia concorrer a nenhum cargo eletivo.
A saída é vista por parlamentares como uma solução política para
Bolsonaro que, se requisitasse por livre e espontânea vontade o mandato
de senador vitalício, estaria admitindo que estaria fora das eleições em
2026.
Lira tem recebido relatos de que parlamentares da base e da oposição
apoiam a ideia, mas temem o timing, porque misturaria com a votação da
PEC da Transição, sem contar o tempo curto, já que o Congresso entra em
recesso parlamentar na próxima terça (19).
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