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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: JORNAL O DIA – Imagem: Divulgação
O receio de uma recessão mundial tem derrubado o
preço do petróleo no mercado internacional, depois de o barril ter
rondado os US$ 140 na primeira semana de março. Nesta quarta-feira, 6,
os contratos para o óleo tipo Brent (referência para o Brasil) com
entrega em setembro fecharam a US$ 100,69, queda de 2,02% no dia No mês,
a retração chega a 7,7%.
O petróleo em queda
praticamente anulou a defasagem entre os preços dos combustíveis
praticados nas refinarias no Brasil e os negociados no exterior.
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Segundo
dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis
(Abicom), o preço do litro do diesel estava ontem 3% acima da média
internacional; no caso da gasolina, esse número era de 2%, puxado pela
Refinaria de Mataripe, na Bahia, privatizada no fim do ano passado.
O movimento é um alento para a nova administração da Petrobras, empresa
que ficou sob ataque do governo nos últimos meses por conta dos seguidos
reajustes de preços da gasolina e do diesel no varejo. Depois de trocar
quatro vezes o comando da estatal, o presidente Jair Bolsonaro (PL) -
que disputa a reeleição - afirmou no mês passado que é preciso mudar
toda a diretoria para dar uma "nova dinâmica" à companhia.
Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura
(Cbie), Adriano Pires afirma que a queda do petróleo é uma boa notícia
para o governo, que no curto prazo não terá de pressionar a Petrobras
para evitar novos reajustes de preços. Ele lembra, porém, que a
valorização do dólar deve segurar possíveis reduções de preço para o
consumidor.
"Se a guerra não trouxer eventos
extraordinários e a recessão voltar, o petróleo pode ir para US$ 80 (o
barril), nível pré-pandemia", afirma.
Segundo a
ex-diretora de refino da Petrobras e conselheira do Instituto Brasileiro
do Petróleo e Gás (IBP) Anelise Lara, ainda existe muita volatilidade
no mercado e pelo menos no curto prazo o Brasil não deve sentir o
impacto dessa queda. "Até porque a Petrobras não aumenta o preço
imediatamente quando aumenta lá fora, e também não diminui. Ela prefere
esperar ver se esse rumo vai se manter", explica.
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A expectativa de recessão global surgiu após aumento
generalizado de juros nas principais economias, como forma de controlar a
inflação. Esse movimento provocou a valorização do dólar. Bancos como o
Citi já projetam que o preço da commodity poderá chegar a US$ 65 por
barril até o fim do ano, contrapondo previsões como a do JPMorgan, de
que a cotação poderia atingir até US$ 300 por conta da guerra no Leste
Europeu.
Ex-presidente da Empresa de Pesquisa
Energética (EPE), Maurício Tolmasquim acrescenta que, apesar da queda do
petróleo nos últimos dias, os derivados da commodity continuam em alta.
"Há fatores que jogam o preço para baixo e outros para cima, a gente
ainda não sabe o que vai preponderar." E completa: "Além disso, a
valorização do dólar deixa o petróleo mais caro em outras moedas, como o
real".
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