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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR – Imagem: Divulgação
O martelo foi batido no começo da semana, quando a própria base aliada
do governo derrubou o veto do governador Ratinho Junior. A lei - de
autoria do deputado Tião Medeiros (PP) cria novas regras para aterros
sanitários e tratamento de resíduos.
O governador tinha rejeitado um trecho da lei que permite que o estado receba lixo de outros estados.
Por 29 a 13, os deputados derrubaram os vetos. Entre os que aprovaram o
recebimento de lixo de outros estados, está o ex-secretario de
Desenvolvimento Sustentável de Ratinho Junior, Márcio Nunes (PSD).
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A maioria dos votos pela derrubada veio da base de apoio do governo. Doze deputados não votaram.
O presidente da Alep tem na família empresa ligada à coleta, transporte e tratamento de lixo.
O filho do deputado, Ademar Luiz Traiano Junior, é o representante legal da empresa MTX Ambiental Ltda. A companhia tem como sócia a Pegassus Administrações e Participações Ltda, empresa no nome de três filhos do parlamentar: além de Ademar Junior, Gabriela e Vinicius.
Na sociedade com a MTX também está a empresa Surubim Participações Ltda,
dos filhos de outro deputado: Plauto Miró (União). O parlamentar também
integra a base governista e votou pela derrubada do veto.
Plauto Miró Neto é o administrador da empresa Surubim, Conrado Miró
Guimarães outro sócio, e a filha menor de idade tem o pai como
representante legal.
No site da empresa MTX, dos filhos de Plauto e Traiano, o resumo das
atividades: solução em gerenciamento, destinação e tramamento de
resíduos e efluentes. Ou seja, lixo doméstico e o produzido por
indústrias.
Uma pesquisa feita no Portal da Transparência das prefeituras mostra
que, desde 2014, a MTX já teve 39 contratos com 14 municípios, somando
mais de R$ 9 milhões.
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Traiano disse em nota não ter nenhuma relação comercial com empresas
que atuam no setor de resíduos sólidos e que, como presidente da Alep,
não vota e nem é autor do projeto.
A RPC
entrou em contato com todos os 29 deputados que votaram a favor de o
Paraná receber lixo de outras regiões. Aos parlamentares, foi pedido
posicionamento sobre os motivos que levaram a permitir que o estado
processe resíduos que hoje não são de nossa responsabilidade.
Dos 29 deputados, apenas Plauto Miró respondeu.
Em nota, o parlamentar não comentou a participação dos filhos em
empresa que pode ser beneficiada pela lei. Plauto disse não ser autor do
projeto e que votou pela derrubada do veto por orientação do líder do
governo. Se a orientação fosse para manter o veto, assim o teria feito,
disse.
Para o Ministério Público, a decisão é um retrocesso. "Certamente não é
a sociedade paranaense que ganha com isso, não é o nosso patrimônio
natural que ganha com isso", avaliou o promotor do Meio Ambiente
Alexandre Gaio.
O presidente da Associação Paranaense de Engenheiros Ambientais, Luiz
Guilherme Vieira, destaca que boa parte dos municípios do estado ainda
destinam resíduos para lixões.
O governo do estado disse que o governador Ratinho Junior respeita a
independência dos Poderes e entende que pontuais divergências da base de
apoio são naturais no processo democrático.
Nesta quarta-feira, a Alep enviou nota criticando reportagem desta terça-feira (26) sobre a derrubada do veto.
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"A legislação moderniza os parâmetros ao permitir ao Estado a gestão
dos resíduos sólidos de uma maneira coordenada [...] Repudia-se,
portanto, qualquer alegação de que a proposta aprovada atenda interesses
particulares em detrimento do interesse público", diz trecho da nota.
De acordo com a Alep, a nova lei "buscou entender todo o processo, da
geração à destinação final, levando em consideração cada etapa e detalhe
da cadeia".
Na nota, a Casa destaca que "a flexibilização permite que mais aterros
possam receber os resíduos, reduzindo a distância de transporte do
produtor até o destino final". "Quanto maior a distância do transporte,
maior o risco de acidente e maior o dano ambiental decorrente do
transporte", afirma a Alep.
"Além disso, nos incisos do art. 9º estabelece-se um rol de documentos
exigidos para o recebimento, incluindo-se a autorização do órgão
ambiental estadual, isto é, os técnicos do meio ambiente não
necessitarão aprovar o recebimento que possa trazer prejuízos à nossa
comunidade, bastando para tanto recusar a autorização em ato devidamente
motivado", diz outro trecho da nota.
Confira AQUI como votaram os deputados
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