quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Número de escolas investigadas pela Operação Quadro Negro passa de 7 para 77, em quatro anos de investigações


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR Imagem: RPC

O número de obras de escolas investigadas pela Operação Quadro Negro passou de sete, desde a deflagração da primeira fase, para 77 em todo o Paraná, até esta quarta-feira (13), segundo levantamento realizado pela RPC.
A operação apura desvio desvios de cerca de R$ 20 milhões em obras de construção e reformas de escolas estaduais. Conforme as investigações, algumas das escolas investigadas nunca saíram do papel.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foram abertas, em cinco anos, 37 procedimentos investigatórios criminais, sendo que alguns viraram ações penais na Justiça. 
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Neste período, quase 30 acusados viraram réus, entre eles, o ex-governador Beto Richa
As indenizações pedidas pelo Ministério Público somam mais de R$ 60 milhões, além de multas, que devem passar de R$ 80 milhões.
Outras empreiteiras
A delação de Fanini ampliou a lista de empreiteiras envolvidas o esquema e aumentou o número de escolas investigadas. Três outras empresas procuraram os promotores do MP-PR para fazer acordos de leniência. Até novembro de 2019, somam quatro acordos fechados.
"Desde a primeira fase, algumas empresas que estavam envolvidas, por conta própria, já retomaram obras e deram andamento na conclusão de obras que estavam atrasadas. O estado tem feito esforço para concluir estas obras. O MP tem buscado ressarcimento ao erário, pelo dano causado", afirma o promotor .
Um dos acordos fechados durante a operação foi firmado com uma empreiteira que deveria ter feito três escolas, entre elas, o Colégio de Educação Profissional de Maringá, no norte do estado. O valor do contrato da empresa com o governo foi de R$ 6,6 milhões.
No acordo, a empresa concordou em devolver quase R$ 400 mil para o caixa do governo, mas as obras da escola continuavam paradas até novembro.
O local deveria atender 1,2 mil alunos, desde 2014, mas a obra parou naquele ano, segundo a denúncia.
Sobre esta obra, o Governo do Paraná afirmou que o projeto está em fase de atualização, para ser encaminhado à prefeitura da cidade. 
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Em Ibiporã, na região de Londrina, o terreno de uma das escolas investigadas também deveria ser um colégio do ensino profissional. O valor do contrato foi de mais de R$ 7 milhões. A construtora Machado Valente é a responsável pela obra. 
Sobre a escola em Ibiporã, o governo disse que o processo vai ser encaminhado para a Secretaria da Fazenda, e que a previsão é de que a obra seja licitada em dezembro.
A construtora é a mesma responsável por uma escola técnica em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba. No local, as obras pararam em 2015. O Governo do Paraná disse que o processo do colégio aguarda indicação orçamentária para finalização.
Em Medianeira, um outro projeto de colégio profissionalizante também não teve as obras concluídas. O valor do contrato foi de quase R$ 7 milhões. O governo afirmou, sobre esta obra, que o projeto está em fase de elaboração para reforço da estrutura e deve ser licitado até o final do primeiro semestre do ano que vem. 
Conforme as investigações, outras escolas investigadas chegaram a ser finalizadas, mas com sobrepreço.
Outro lado
A defesa de Maurício Fanini afirmou que continua colaborando com a justiça e que, em seu acordo, homologado pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), Fanini já reparou integralmente todos os danos ocasionados por seus atos.
A defesa de Beto Richa disse que o ex-governador não cometeu nenhuma irregularidade e que sempre esteve à disposição pra esclarecimentos. A defesa ressaltou que as fraudes cometidas em obras de colégios da rede pública foram descobertos e denunciados na gestão de Richa.
Segundo a defesa, foram tomadas todas as medidas cabíveis no âmbito administrativo contra os autores dos crimes.
O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar) informou que, seguindo determinação do governo do estado, já iniciou as ações para retomadas de todas as obras paralisadas de construção e ampliação destinadas às instituições de ensino da rede estadual.
O G1 tenta contato com a defesa do dono da construtora Valor.
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