By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B – Imagem: Divulgação
Na última segunda-feira, o perfil de Bolsonaro publicou vídeo de um leão encurralado, prestes a ser atacado por hienas. Na lista das hienas que atacam o leão Bolsonaro, estão o Supremo, a Organização das Nações Unidas (ONU), o seu partido PSL e siglas de oposição – entre as quais o PT e o PCdoB -, além da imprensa.
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Em meio à polêmica, a publicação foi apagada duas horas
depois. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Bolsonaro pediu desculpas
ao Supremo, disse que a divulgação foi um “erro” e que “haverá retratação”.
Na avaliação de Marco Aurélio Mello, o episódio foi um “arroubo de
retórica”, “muito ruim”, “péssimo”. “É preciso tirar o pé das redes sociais. O
Twitter é coisa para a garotada, o presidente Jair Bolsonaro não está mais em
campanha – e deve governar para todos”, disse Marco Aurélio Mello à reportagem.“A responsabilidade dele é ainda maior, porque quando o presidente fala, a voz dele ressoa. Eu acho que está na hora de temperança nas coisas que se diz. O Brasil precisa de trabalho, e acaba que o que ele faz se perde com essas bobagens.”
Sobre o vídeo em que o Supremo é retratado como uma das hienas que ataca o presidente, Marco Aurélio afirmou que se sente “triste” com essa percepção. “É muito ruim (a mensagem do vídeo) Que haja transparência na administração pública, mas não dessa forma. Ele (o presidente) precisa de serenidade. O STF atua segundo a Constituição Federal, e nada mais. O STF não está contra quem quer que seja. De forma alguma. O STF atua quando é provocado, é o dever dele”, afirmou o ministro.
“Todos nós, brasileiros, queremos que o Brasil saia desse estágio de estagnação. Nossos problemas sociais são muito sérios Vamos cuidar da educação, da saúde, vamos cuidar da retomada do desenvolvimento. Ajuda, sem dúvida alguma, o reconhecimento de equívoco (do presidente).”
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‘Atrevimento presidencial parece não encontrar limites’, diz decanoA fala de Marco Aurélio sobre a postura de Bolsonaro nas redes sociais se soma às críticas divulgadas em nota na última segunda-feira, 28, pelo decano do STF, ministro Celso de Mello, que afirmou que o “atrevimento presidencial parece não encontrar limites”.
“O atrevimento presidencial parece não encontrar limites na compostura que um chefe de Estado deve demonstrar no exercício de suas altas funções, pois o vídeo que equipara, ofensivamente, o Supremo Tribunal Federal a uma ‘hiena’ culmina, de modo absurdo e grosseiro, por falsamente identificar a Suprema Corte como um de seus opositores”, afirmou Celso de Mello em nota.
Tanto Marco Aurélio quanto Celso de Mello vão deixar o Supremo durante o
governo Jair Bolsonaro. Celso se aposenta compulsoriamente em novembro de 2020,
quando completará 75 anos. Marco Aurélio, por sua vez, se despedirá do tribunal
em julho de 2021. Caberá a Bolsonaro indicar quem vai assumir as cadeiras dos
dois ministros.
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