By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR – Imagem: Divulgação
Amante dos amigos de quatro patas, Lucas Donaduzzi, de 29 anos, adotou,
até o momento, 15 cachorros que encontrou machucados ou atropelados
pelas ruas de Pato Branco, no sudoeste do Paraná.
Um dos casos o inspirou para o tema do Trabalho de Conclusão de Curso
(TCC): criar uma cadeira de rodas que pudesse ser leve e adaptável para
cada cãozinho. A próxima etapa é aprimorar o projeto, com um manual, em
uma pós-graduação.
“Meu objetivo nunca foi o de vender a cadeira, mas poder criar e ensinar
outras pessoas a fazer o mesmo. Quero uma melhor qualidade de vida para
esses cães.”
O despertar para a ideia ocorreu com o acolhimento da Bela, uma chow
chow, que foi encontrada abandonada após um atropelamento.
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Por causa do
acidente, segundo Donaduzzi, ela perdeu a locomoção das patas traseiras.
Ele explicou que mesmo com a compra de uma cadeira de rodas, as
limitações da cachorra eram grandes. Infelizmente, Bela não resistiu aos
ferimentos e morreu seis meses.
Mesmo assim, para ajudar outros cães, Donaduzzi desenvolveu o protótipo
da cadeira de rodas em 2018, no último ano de engenharia mecânica, na
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em Pato Branco.
O vira-lata Faísca foi o primeiro a experimentar a criação do então estudante.
Segundo o engenheiro, o cãozinho sobreviveu a uma picada de aranha
marrom, mas ficou com uma ferida aberta no local e as patas traseiras
perderam o movimento
"O Faísca tem saúde. Ele queria brincar com os outros cachorros, mas
ficava limitado. Quando vi ele brincando com a cadeira, fiquei bem
feliz”, contou.
Foram oito meses de desenvolvimento, segundo o engenheiro, e cinco protótipos até o resultado final.
O custo total da cadeira de rodas ficou em R$ 150. Os principais materiais são bambu, linha de nylon e rodas de plástico.
De acordo com o projeto, além do preço, a escolha pelo bambu foi porque o material é uma planta tropical e renovável.
“Se preocupar com eles é um negócio que vem do coração, a gente sente que tem que ajudar os bichinhos", disse.
Melhorias e inclusão
Conforme o engenheiro mecânico, a intenção dele é fazer uma
pós-graduação em 2020. Dentro da instituição de ensino, ele disse que
pretende melhorar o protótipo.
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"O problema dos cães é começar o movimento, se tiver um sistema que
ajuda a impulsionar o primeiro movimento isso facilitará a locomoção.
Quero implantar um sistema com assistência elétrica", explicou.
Desde o TCC, Donaduzzi disse que quer criar um manual de instruções para a montagem da cadeira de rodas de bambu.
Para o criador do projeto, o resultado e potencial da cadeira de rodas de bambu são gratificantes.
Segundo ele, não foi possível mensurar o número de cachorros debilitados que poderão usar as cadeiras.
Entretanto, envolvido com a causa animal há 7 anos, o engenheiro disse
que os números de abandono e atropelamento são grandes. Por isso, muitos
cães poderão ser beneficiados com o projeto.
A melhor parte, segundo ele, é ajudar os animais e saber que a retribuição deles não tem preço.
"Principalmente os que estão mais debilitados na rua, eles têm um
brilho no olhar. Ele quer te agradar todo dia, quer retribuir e até
parece que te diz o quanto está feliz."
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