By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B – Imagem: Divulgação
A Polícia Militar concluiu, nesta terça-feira (9), o
inquérito que investiga a conduta dos soldados envolvidos na morte dojornalista Andrei Gustavo Orsini Francisquini, que foi baleado durante
abordagem na Praça da Espanha, em Curitiba. A conclusão do Inquérito Policial
Militar foi assinada pelo 1º tenente Flares Frederico Boell e sugere o
arquivamento do caso. A decisão revoltou a família, que pede isenção na
avaliação do caso.
Francisquini foi morto na madrugada de 12 de maio em um
suposto confronto policial. De acordo com a PM, Francisquini ‘furou’ um
bloqueio policial e tentou atropelar a equipe que realizava a blitz.
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A família
da vítima, porém, afirma que gravações de câmeras de segurança da Avenida
Vicente Machado comprovam que dois policiais militares teriam disparado cinco
vezes contra o carro do jovem sem que ele revidasse à ação.
De acordo com o documento, os policiais seguiram todos os procedimentos da
(Rondas Ostensivas Tático Móvel). “Este Oficial é do parecer que embora tenha
ocorrido a conduta típica, a mesma se fez conforme dos procedimentos do Pelotão
ROTAM, conforme as Diretrizes PMPR do uso da força e conforme ordenamento legal
vigente, dentro das hipóteses excludentes de ilicitude, sendo sugestionado por
este Oficial o arquivamento dos Autos, não havendo crime a ser punido ou
transgressão disciplinar a ser apurada”, diz Boell.Em nota, a defesa dos soldados disse que a sugestão foi acertada. “São homens que servem a sociedade, que naquela noite protegiam os jovens que aproveitavam a noite e garantiam o sono das famílias curitibanas. No exercício de suas funções, no cumprimento de suas obrigações abordaram um indivíduo em atitude suspeita que, mesmo após voz de abordagem, enfrentou a autoridade policial, fugiu, fez de seu carro uma arma e poderia ter causado uma tragédia ainda maior, mas, pela atuação técnica, precisa e dentro daquilo que prevê a lei, acabou sendo freado, parado, antes que o mal maior fosse feito. É o que mostram as imagens, é o que mostram as provas e as testemunhas. O arquivamento do caso é o único caminho, é o justo e o correto não só com os policiais, como para com a sociedade”, diz o advogado Cláudio Dalledone.
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A defesa afirma ainda que a conduta de Francisquini foi “inconsequente,
criminosa e colocou em risco a vida não só dos policiais envolvidos na
ocorrência, como de dezenas de pessoas inocentes que transitavam pela região da
Praça da Espanha naquela madrugada”.Família
Em entrevista à Banda B, a mãe Daisy Orsini lamentou a sugestão de arquivamento. “É muito triste ler essa sugestão, porque [a Polícia Militar] é uma instituição que nós da comunidade buscamos credibilidade. É muito triste também ver essa ação ocultada, quando todos os laudos apontam que meu filho não tinha arma e não fugiu. O que sobra é a dor, que é muito grande, e eu espero que esse inquérito não seja mesmo arquivado. Foi uma morte uma execução planejada”, questionou.
Daisy pediu ainda que o caso seja julgado pela Justiça
Comum. “Se eu não posso ter ele de volta, quero pelo menos isenção, então que
isso seja levado à Justiça comum. Querem fazer com que o meu filho seja um
bandido, o que não é. Ele teve alguns problemas, mas foi no passado e estava na
curva da melhora”, concluiu.
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