sexta-feira, 5 de abril de 2019

Defesa de 64 irrita militares, que pedem saída de Vélez do MEC


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B Imagem: Agência Brasil

Numa ironia, a defesa feita por um ministro da Educação de que os livros escolares precisam ensinar que 1964 não registrou um golpe irritou a cúpula militar e pode ser a gota d´água no seu processo de fritura.
A Folha apurou que integrantes da ativa e do núcleo militar do governo Jair Bolsonaro que a afirmação feita na quarta (3) pelo ministro Ricardo Vélez sobre a narrativa histórica do golpe é apenas uma tentativa dele para manter-se no cargo. Eles farão chegar ao presidente Jair Bolsonaro que a paciência com o ministro acabou.
Isso porque os fardados, em sua maioria, compartilham a ideia de que o golpe militar que completou 55 anos no domingo passado (31 de março) foi um movimento decorrente de uma mobilização de parcela expressiva da população contra o que chamam de risco de tomada comunista do poder.
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A derrubada do governo de João Goulart e os subsequentes 21 anos de ditadura teriam de ser inseridos nessa visão, segundo essa interpretação.
É também consenso entre oficiais generais das três Forças, de forma mais preponderante no Exército, de que os livros de história contam a narrativa dos derrotados de 1964, que passaram a ser vitoriosos na Nova República pós-1985. Assim, em outras circunstâncias, Vélez teria tocado música para essa plateia.
O problema é que o ministro está fazendo hora extra, como definiu um dos integrantes da cúpula militar. E se os fardados concordam com a essência, também estão de acordo com a ideia de que trazer o assunto à tona em plena semana seguinte ao 31 de março é um desgaste desnecessário.
Ao longo da semana passada, Bolsonaro já havia ele mesmo causado polêmica ao pedir “comemorações devidas” do aniversário do golpe.


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