By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Fábio França (G1)
O presidente Jair Bolsonaro anunciou em uma rede social nesta segunda-feira (8) a demissão do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. Bolsonaro informou também que o novo ministro será Abraham Weintraub (veja o perfil no final desta reportagem).
Bolsonaro e Vélez tiveram uma reunião no Palácio do Planalto nesta segunda, pouco antes do anúncio da demissão do agora ex-ministro.
"Comunico a todos a indicação do Professor Abraham Weintraub ao cargo
de Ministro da Educação. Abraham é doutor, professor universitário e
possui ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a
pasta. Aproveito para agradecer ao prof. Velez pelos serviços
prestados", afirmou o presidente.
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Depois, o presidente corrigiu uma parte da informação sobre o currículo
de Weintraub. Disse que ele não tem doutorado, mas sim mestrado.
"Corrigindo: Abraham possui mestrado em Administração na área de
Finanças pela FGV e MBA Executivo Internacional pelo OneMBA, com título
reconhecido pelas escolas: FGV/Brasil, RSM/Holanda, UNC/Estados Unidos,
CUHK/China e EGADE-ITESM/México. "
A exoneração de Vélez e a nomeação de Weintraub foram publicadas em
edição extra do "Diário Oficial da União" nesta segunda-feira.
Colombiano naturalizado brasileiro, Vélez Rodríguez tomou posse no cargo em 1º de janeiro e enfrentava uma "guerra interna" no MEC provocada por desentendimentos entre militares e seguidores do escritor Olavo de Carvalho.
Na noite desta segunda, Vélez usou seu perfil em uma rede social para comentar a demissão.
"Agradeço ao presidente, Jair Bolsonaro, a oportunidade de estar à
frente do Ministério da Educação. Confio em sua decisão e me despeço
desejando ao professor, Abraham Weintraub, sucesso no cumprimento de sua
missão." - Ricardo Vélez Rodríguez
Na sexta-feira (5), em um café da manhã com jornalistas, o presidente Jair Bolsonaro disse que o ministro poderia deixar o cargo nesta segunda-feira (8). "Segunda-feira vai ser o dia do 'fico ou não fico'", disse o presidente na ocasião.
Pouco depois da declaração do presidente, Velez, que participava de um evento em Campos do Jordão (SP) declarou que não entregaria o cargo.
No café, Bolsonaro também afirmou que não existe rivalidade
entre a ala ideológica do governo – influenciada pelo escritor Olavo de
Carvalho – e a corrente militar, composta por generais que integram
altos cargos no Executivo federal.
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Nos dois meses e meio à frente do Ministério da Educação, Ricardo Vélez
Rodríguez colecionou uma série de polêmicas, entre as quais:
- Disse que quer mudar os livros didáticos para revisar a maneira como tratam a ditadura militar e o golpe de 1964.
- Anunciou a demissão do secretário-executivo da pasta diante da "guerra" no ministério. Depois trocou os substitutos e também demitiu o presidente do Inep;
- Pediu a escolas que filmassem alunos cantando Hino Nacional e enviassem o vídeo ao MEC. Depois, voltou atrás;
- Disse em entrevista que o brasileiro parece um "canibal" quando viaja ao exterior. Depois, disse ter sido "infeliz" na declaração;
- Afirmou que a universidade não é para todos.
Além disso, desde o início da sua gestão, em janeiro, houve pelo menos
14 trocas em cargos importantes no Ministério da Educação.
A demissão de Vélez Rodríguez é a segunda baixa no ministério do governo Jair Bolsonaro.
Há cerca de um mês, o advogado Gustavo Bebianno deixou a Secretaria-Geral após se envolver em uma crise com o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Bolsonaro.
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