By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
Otávio Rêgo Barros leu uma nota da Presidência, na qual Bolsonaro
agradeceu a "dedicação" de Bebianno durante a permanência no cargo de
ministro. O presidente ainda desejou "sucesso" ao agora ex-ministro.
"O excelentíssimo senhor presidente da República Jair Messias Bolsonaro
decidiu exonerar nesta data, do cargo de ministro da Secretaria-Geral
da Presidência da República, o senhor Gustavo Bebianno Rocha. O senhor
presidente da República agradece sua dedicação à frente da pasta e
deseja sucesso em sua nova caminhada", declarou o porta-voz.
De acordo com Otávio Rêgo Barros, a decisão de Bolsonaro de demitir Bebianno é de "foro íntimo do nosso presidente".
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Após o anúncio do porta-voz, a assessoria de Bolsonaro divulgou um vídeo no qual afirma que "questões relevantes" exigiram uma reavaliação do caso Bebianno.
"Avalio que pode ter havido incompreensões e questões mal entendidas de
parte a parte, não sendo adequado pré-julgamento de qualquer natureza.
Tenho que reconhecer a dedicação e comprometimento do senhor Gustavo
Bebianno a frente da coordenação da campanha eleitoral em 2018. Seu
trabalho foi importante para o nosso êxito", afirmou o presidente no
vídeo.
Primeiro ministro a deixar o governo, Bebianno despachava do Palácio do Planalto e foi um dos coordenadores da campanha presidencial de Jair Bolsonaro no ano passado.
A demissão do ministro foi confirmada em meio a uma crise no governo que se originou com a suspeita de que o PSL, partido ao qual Bolsonaro e Bebianno são filiados, usou candidatura "laranja" nas eleições do ano passado.
A crise também envolve Gustavo Bebianno e o vereador do Rio de Janeiro
Carlos Bolsonaro (PSC), um dos filhos do presidente da República – leia detalhes mais abaixo.
Há pouco mais de uma semana, o jornal "Folha de S.Paulo" informou que, quando Bebianno presidia o PSL,
o partido, repassou R$ 400 mil a uma candidata a deputada federal de
Pernambuco. Segundo o jornal, o repasse foi feito quatro dias antes das
eleições, e ela recebeu 274 votos.
Bebianno nega irregularidades, afirmando que não foi o responsável por escolher as candidatas que receberam dinheiro do partido. Isso porque, segundo ele, a decisão coube aos diretórios locais.
De acordo com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, a Polícia Federal investigará as suspeitas envolvendo o repasse do PSL.
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Crise com filho de Bolsonaro
No último dia 12, após a reportagem da "Folha", Bebianno negou em entrevista ao jornal "O Globo"
que fosse o pivô de uma crise dentro do governo e acrescentou que,
somente naquele dia, havia falado com o presidente por três vezes. Na
ocasião, Bolsonaro ainda estava internado em razão de uma cirurgia.
Após a publicação da entrevista, um dos filhos de Bolsonaro, Carlos, usou uma rede social para dizer que Bebianno mentiu ao dizer que havia falado com o presidente.
Carlos, e depois o próprio Bolsonaro, chegaram a divulgar um áudio no qual, segundo eles, o presidente diz a Bebianno que não podia falar com o então ministro.
Bebianno era considerado um dos homens de confiança de Bolsonaro. Ele
foi um dos coordenadores da campanha eleitoral do presidente, costurou o
acordo que levou Bolsonaro ao PSL e presidiu a legenda durante a corrida eleitoral de 2018.
Após a eleição, Bebianno deixou o posto e foi escolhido para assumir a
Secretaria-Geral da Presidência, um dos ministérios com gabinete no
Palácio do Planalto.
Espaço e influência
Bebianno e Carlos mantiveram relação conturbada desde a vitória
eleitoral de Bolsonaro, em busca de espaço e influência dentro do
governo. O filho do presidente costumava criticar o aliado do pai nas
redes sociais.
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Na composição dos ministérios, Bebianno perdeu força, já que a Secretaria-Geral foi esvaziada por Bolsonaro.
A pasta perdeu o controle da Secretaria de Comunicação da Presidência e
do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), que lida com concessões
e privatizações. As duas áreas foram absorvidas pela Secretaria de
Governo, comandada por Carlos Alberto dos Santos Cruz, general da
reserva do Exército.
Ministro do Turismo
Durante a entrevista coletiva no Palácio do Planalto, nesta
segunda-feira, o porta-voz Otávio Rêgo Barros foi questionado sobre a
situação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL).
O ministro é investigado por ter supostamente patrocinado um esquema de candidaturas "laranjas". Rêgo Barros foi indagado se serão tomadas decisões diferentes para casos "semelhantes".
Segundo o porta-voz, a decisão sobre a exoneração de ministros é de
responsabilidade do presidente. E não cabe a ele, porta-voz, "avançar em
qualquer suposição" sobre o tema.
Perfil do novo ministro
General da reserva do Exército, Floriano Peixoto Neto ocupava o cargo de secretário-executivo da Secretaria-Geral, o segundo mais importante na hierarquia da pasta.
General da reserva do Exército, Floriano Peixoto Neto ocupava o cargo de secretário-executivo da Secretaria-Geral, o segundo mais importante na hierarquia da pasta.
O novo ministro iniciou a carreira militar em 1973 e concluiu a
formação na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em 1976, na arma
de infantaria.
Paraquedista militar, assim como Bolsonaro, Floriano alcançou o posto
de general de divisão (três estrelas), o penúltimo na hierarquia do
Exército. Ele passou à reserva em março de 2014.
Floriano participou duas vezes da Missão de Paz das Nações Unidas no
Haiti, uma como oficial de operações e outra como o comandante das
forças militares no país. Ele liderava a missão quando ocorreu o
terremoto no Haiti, em 2010.
Além da formação militar, com experiências na Suíça e nos Estados
Unidos, Floriano é formado em Administração de Empresas e tem MBA em
Gerência Executiva.
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Com a escolha do militar, o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, será o
único civil com cargo de ministro no Palácio do Planalto. Os demais
ministros que despacham do Palácio (Santos Cruz na Secretaria de Governo
e Augusto Heleno no GSI) também são generais da reserva do Exército.
Íntegra
Leia a íntegra da nota da Presidência sobre Bebianno:
Nota à Imprensa
O
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro,
decidiu exonerar, nesta data, do cargo de Ministro da Secretaria-Geral
da Presidência da República, o Senhor Gustavo Bebianno Rocha.
O Senhor Presidente da República agradece sua dedicação à frente da pasta e deseja sucesso na nova caminhada.
Brasília, 18 de fevereiro de 2019.
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