By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RÁDIO NAJUÁ – Imagem: Élio Kohut
(Intervalo da Noticias)
O reitor Aldo Nelson Bona conversou com a nossa reportagem e justificou a decisão. “O que vai acontecer com o curso, se sua oferta será definitivamente encerrada, se vai ser um curso que, de fato, será fechado ou não, é uma discussão que faremos nos Conselhos Superiores da Universidade, juntamente com a situação de outros cursos que, numa situação não tão grave quanto à do curso de Turismo, também têm apresentado sério problema de demanda”, defende Bona.
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De acordo com o reitor, a baixa demanda para o curso de Turismo vem
sendo alvo de discussão interna há algum tempo. O corpo discente do 2º,
3º e 4º anos não chega a 40 alunos. Ou seja, somando-se as três turmas,
não se chega ao total de vagas disponíveis para apenas uma delas.“O curso era matutino, mudamos para o período noturno para ver se resolvíamos o problema da demanda. Depois o Departamento [de Turismo] entendeu a necessidade de voltar para o matutino e aí, novamente, voltar para o noturno. Aconteceu que, neste ano, oferecemos o vestibular e, dos aprovados no vestibular, apenas um acadêmico fez sua matrícula; outros cinco entraram pelo SISU”, enfatiza o reitor.
Bona sustenta que, quando os calouros foram questionados pela Diretoria do Campus, apenas o estudante aprovado pelo vestibular tradicional confirmou que sua opção era, de fato, pelo curso de Turismo. Os aprovados via SISU disseram que entraram para o curso de Turismo porque passaram, mas que não era sua primeira opção de curso. “Eles tinham como primeira opção outros cursos”, ressalta.
“Depois fizemos uma segunda matrícula via SISU, na esperança de fechar o quadro total de vagas, mas conseguimos atingir apenas dez matriculados; 11 matriculados, mas um informando que já tinha desistido da matrícula. Então, entendemos, numa discussão bastante madura e aprofundada, depois de alguns dias de reflexão sobre o tema, de que, do ponto de vista dos princípios que regem a administração pública, não faria sentido iniciarmos um curso que oferta 40 vagas tendo apenas dez alunos matriculados, sendo que destes dez alunos, parte deles já, sabidamente, não teriam o curso como primeira opção, o que significa que o risco de eles se evadirem do curso é bastante grande. Aliás, a evasão neste e em outros cursos da Unicentro tem sido um problema bastante preocupante”, pondera Bona.
O reitor explica que foi oferecida aos alunos a oportunidade de escolher qualquer outro curso disponível na Unicentro para cursarem. “Não foram suspensas as matrículas. Eles estavam matriculados em Turismo e poderiam escolher vaga em qualquer outro curso da universidade, inclusive, no próprio curso de Turismo que está sendo ofertado em Prudentópolis. Há alunos, por exemplo, que vieram do SISU, que vieram do estado de São Paulo e que escolheram Turismo. Se a opção primeira deles, de fato, é o Turismo, como eles já vieram de fora, para eles, estar em Irati ou em Prudentópolis pode não fazer grande diferença. Se ele quer realmente o Turismo, ele poderia escolher vaga no curso de Turismo em Prudentópolis”, sugere o reitor.
Na última reunião feita com esses alunos, na quinta-feira (1º), seis deles manifestaram a opção por cursar outra faculdade. Os demais estão esperando um consenso com a família para fazer a eventual mudança. “Alguns querem escolher cursos em Guarapuava e, para isso, precisam da conversa com a família por conta da mudança de endereço. E um deles quer discutir a questão judicialmente. Não tiramos de ninguém a liberdade de fazer suas escolhas, inclusive deste que quer discutir a questão judicialmente”, argumenta o professor.
De acordo com Bona, as vagas oferecidas aos alunos de Turismo em outros cursos da instituição foram criadas adicionalmente, o que significa que eles não estão “tirando” a vaga de alguém que foi aprovado seja pelo vestibular, seja pelo SISU. “Não foi uma decisão simples de ser tomada, mas continuo seguro de que foi uma decisão acertada para a boa gestão dos recursos públicos e para a própria situação da vida desses estudantes que, na grande maioria, nem tinham o Turismo como sua primeira opção”, reitera.
O custo de manutenção dos cursos é invariável. “É o mesmo para manter um ou para 200 alunos; ou para 160 alunos, como é o caso do curso de Turismo, que são quatro turmas com 40 vagas. O curso hoje, se fosse mantido o 1º ano, não atingiria 50 alunos no seu total. Aquele custo para 160 estaria atendendo a menos de 50. Temos outros cursos nesta condição na Unicentro, não tão forte quanto esta, mas que preparamos um relatório e vamos discutir junto aos Conselhos Superiores para decidir o que fazer em relação a esses cursos. Muito provavelmente, a oferta deles será suspensa”, antecipa.
Segundo Bona, existe a possibilidade futura de encerrar definitivamente o curso de Turismo de Irati e substituí-lo por outro em que seja possível aproveitar a força de trabalho já existente do corpo docente que hoje atende ao curso de Turismo. A mesma discussão deve ser estendida aos departamentos dos outros cursos que hoje apresentam baixa demanda na instituição.
Campus de Prudentópolis
Em Prudentópolis, onde a Unicentro ofereceu vagas no vestibular para Turismo pela primeira vez no Vestibular 2018, a procura também ficou aquém da expectativa da Reitoria. “Foi muito abaixo do que imaginávamos, porque por ser Prudentópolis uma cidade que tem, há muito tempo, insistido no seu potencial turístico, por ter havido ali um curso técnico de formação na área do Turismo, e por ter havido um apelo do município para que nós ofertássemos o curso de Turismo ali. Imaginávamos que teria uma disputa maior. Não foi o que aconteceu. Atualmente, estamos com 23 alunos matriculados no 1º ano”, aponta.
Ainda que haja 17 vagas ociosas hoje, como houve adesão de mais de 50% em relação ao número total de vagas oferecidas, a decisão da Unicentro foi a de manter a oferta do curso no campus avançado de Prudentópolis. Contudo, ainda não foi batido o martelo sobre uma eventual nova oferta desse curso em Prudentópolis no próximo Vestibular.
Situação financeira
A adoção, pelo governo estadual, de um novo sistema de gestão financeira gerou alguns transtornos nesse início de ano letivo na Unicentro. “Mesmo a universidade tendo recursos e orçamento, estamos tendo muita dificuldade de fazer alguns pagamentos. Agora já neste final de mês de fevereiro e início do mês de março, algumas coisas no sistema foram resolvidas, melhoradas e já começam a funcionar. Logo que o sistema estiver funcionando, será um bom sistema de gestão. Mas atualmente, para se ter uma ideia, temos ainda credores que, desde o início do ano, não conseguimos pagar, não porque não tenhamos dinheiro, mas porque a operação do sistema não se completa. Sem a operação no sistema, não se realizam os devidos registros contábeis e os registros legais devidos da gestão pública e o pagamento tornar-se-ia irregular”, explica.
Esse problema tem impedido o pagamento regular a bolsistas dos programas de pesquisa; de uma empresa de terceirização de serviços. “Isso é muito constrangedor para a universidade, mas mais do que isso, muito sofrido para as pessoas que não recebem”, pondera o reitor. A previsão é a de que esse sistema se normalize até o fim de março.
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