By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: YAHOO – Imagem: Divulgação
Sem consenso, a Câmara dos Deputados adiou para a próxima semana a votação do trecho da reforma política que cria um fundo bilionário para financiar campanhas
e altera o sistema eleitoral. A discussão sobre a proposta de emenda à
Constituição chegou a ser feita, mas a sessão da noite desta
quarta-feira (16) foi abruptamente encerrada pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Com
o atraso no calendário da votação, fica ainda mais apertado o prazo
para que as novas regras passem a valer nas eleições de 2018. Toda
tramitação da matéria deve ser concluída até 7 de outubro, um ano antes
do primeiro turno. Depois de passar pelo plenário da Câmara dos
Deputados, a PEC precisa ser apreciada pelos senadores antes de ser
promulgada.
Rodrigo
Maia afirmou que encerrou a sessão por falta de quorum. Havia 430
deputados na Casa, o presidente acredita que são necessários pelo menos
480 para votar uma PEC. Este tipo de matéria exige pelo menos 308 votos
para aprovação da matéria.
Na avaliação dele, empurrar a votação ajuda a ganhar tempo para continuar debatendo a proposta.
"Esse
debate sobre reforma política gera muitas emoções. Estamos chegando ao
ponto de que daqui vai se chegar ao ponto de dizer que o sistema atual,
que é o responsável por grande parte da crise que vivemos, da falta de
legitimidade que nós passamos, que ele é maravilhoso."
Apesar
da ironia, a justificativa de Rodrigo Maia explica bem o motivo da
dificuldade em apreciar o texto e a sinalização de em 2018 tudo deve
continuar como está.
Primeiro entrave
Um dos principais entraves é o sistema eleitoral. Não há consenso sobre a as alterações previstas nem acordo para sugerir um outro modelo.
A proposta aprovada na comissão especial que
analisou as mudanças na legislação eleitoral prevê a adoção do sistema
distrital misto a partir de 2022. Nesse modelo, o eleitor tem dois
votos: um para o partido (proporcional) e outro para que pode ir para o
candidato ou para a legenda, dentro de cada distrito.
Para 2018 e 2020, o texto estabelece o distritão. Neste caso, é eleito o candidato mais votado.
A
PEC prevê ainda que, no caso da adoção do distrital misto em 2022, que
um mesmo candidato pode concorrer no voto distrital e a um cargo no
Executivo.
Hoje,
o Brasil adota o modelo proporcional em lista em aberta, no qual é
possível votar no deputado ou no partido. As vagas são distribuídas de
acordo com o total de votos recebido pelo partido ou coligação.
Outra controvérsia é a criação do fundo eleitoral. Desde 2015, quando as empresas ficaram proibidas de doar para campanhas, deputados articulam um novo sistema pra a custear os gastos. Com a revisão da meta fiscal, a criação do fundo bilionário aprovada na comissão da reforma política ficou prejudicada.
No lugar do fundo de R$ 3,6 bilhões,
os deputados avaliam incluir um dispositivo capaz de abastecer a
campanha com dinheiro público, mas definido no Orçamento da União.
Segundo entrave
A criação do fundo é a parte da reforma com mais chances de ser aprovada pelos deputados, porém, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) já adiantou que o dispositivo sozinho não será votado pelos senadores.
A
decisão é endossada pelo PSDB. O presidente do partido, senador Tasso
Jereissati (CE) afirmou na terça-feira (15) que é complicado apreciar
uma reforma que apenas cria um fundo eleitoral.
"Como
votar Como votar colocar dinheiro sem origem para nossa eleição, na
mesma época que estão discutindo corte em salários de trabalhador para
recompor a meta fiscal? E a distribuição desses recursos do Fundão
também não está clara. Não existe consenso sobre assunto nenhum e não é
só no PSDB. É aqui, na Câmara, nos partidos, não tem consenso sobre
nada", disse, segundo o jornal O Globo.
A resistência coloca o PSDB mais uma vez em choque com o PMDB. Para o senador Romero Jucá (PMDB-RR), quem não concorda em votar o fundo deveria abrir mão do recurso.
Também faz parte do pacote da reforma política que tramita na Câmara dos Deputados um projeto que cria cláusula de barreira e extingue as coligações.
OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE
RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA
NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM
OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE
AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.