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“Mais recentemente, uma aluna de doutorado pesquisou a respeito de agrotóxicos da classe dos organoclorados, que se enquadram à Convenção de Estocolmo em relação à eliminação de poluentes orgânicos persistentes (POPs)”, conta Campos. A pesquisa de Tatiana Roselena de Oliveira se dedicou a estudar um método analítico para determinar a contaminação de peixes por esses agrotóxicos.
Tatiana iniciou o doutorado em 2013 e sua tese foi defendida em 2018. A coleta realizada na represa do Alagados ocorreu em 2017. “Nós separamos o lambari em três partes: o músculo, a carne mesmo; as ovas e os demais órgãos, que nós chamamos de vísceras”, explica Oliveira. A análise realizada confirmou a presença de agrotóxicos organoclorados nos tecidos. “Nas vísceras e nas ovas, a concentração foi maior, pelas próprias características desses tecidos”, complementa.
Apesar das concentrações encontradas estarem dentro dos limites permitidos pela Anvisa e outros órgãos internacionais, os pesquisadores aplicaram um modelo matemático e verificaram que o consumo constante desses peixes colocaria o consumidor em grande risco de saúde. “Esses compostos têm a capacidade de se acumular no organismo e podem ser carcinogênicos”, alerta Oliveira.
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Apesar da análise ter focado somente nos peixes, a pesquisa também revela a contaminação da represa. “Nós detectamos esses compostos em partes por bilhão, são quantidades muito pequenas. Mas esses compostos são acumulativos e é essa detecção é preocupante”, adiciona Oliveira.
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