By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B – Imagem: Agência do Brasil
A equipe de trabalho da Lava Jato na PGR (Procuradoria-Geral
da República) fez um pedido de demissão coletiva citando “grave
incompatibilidade de entendimento” do grupo com uma manifestação do órgão
enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal). A ação foi em protesto contra a
titular da PGR, Raquel Dodge, que encerra seu mandato no próximo mês.
Seis procuradores integrantes da equipe fizeram um comunicado em que avisam
a respeito de seus desligamentos. São eles: Raquel Branquinho, Maria Clara
Noleto, Luana Vargas, Hebert Mesquita, Victor Riccely e Alessandro Oliveira.Na carta, eles não detalham os motivos da incompatibilidade, só dizem que a manifestação da PGR ao Supremo foi feita nesta terça (3).
Uma das razões de recente insatisfação do grupo da Lava Jato com a PGR se referia ao acordo de delação premiada do ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro, assinado em dezembro de 2018 e que ainda não havia sido enviado ao STF para ser homologado.
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A homologação é necessária para que os relatos de supostos crimes possam
robustecer inquéritos e processos em andamento e possibilitem a abertura de
novas investigações.Diante da aparente inércia da PGR, a defesa de Léo Pinheiro chegou a peticionar ao ministro do STF Edson Fachin, relator da Lava Jato na corte, alertando sobre esse caso.
A demora no procedimento levou críticos de Dodge a aventar a possibilidade de que esse “timing” tivesse a ver com a sucessão na PGR, pois Léo Pinheiro citou integrantes do Poder Judiciário em sua delação.
As tratativas para esse acordo começaram com os procuradores de Curitiba em 2016.
Léo Pinheiro foi quem incriminou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo do tríplex de Guarujá (SP). O petista foi condenado à prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O depoimento do ex-presidente da OAS foi decisivo porque permitiu ao então juiz Sergio Moro a conexão do apartamento ao esquema de corrupção na Petrobras.
Léo Pinheiro apresentou a versão que incriminou Lula por corrupção em abril de 2017, mais de um ano depois do início das negociações.
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