By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: PARANA PORTAL – Imagem: Divulgação
Pontes e Galvão se reuniram por cerca de duas horas na manhã desta sexta. Ao final, Galvão falou por três minutos a jornalistas.
Continua depois da publicidade
Em
entrevista à Folha de S.Paulo no último dia 21, Galvão havia dito que
até poderia ser demitido, mas que o instituto era cientificamente sólido
o suficiente para resistir aos ataques do governo.No dia 20, ao Jornal Nacional, Galvão afirmou que “ele [Bolsonaro] tem um comportamento como se estivesse em botequim. Ou seja, ele fez acusações indevidas a pessoas do mais alto nível da ciência brasileira, não estou dizendo só eu, mas muitas outras pessoas”. “Isso é uma piada de um garoto de 14 anos que não cabe a um presidente da República fazer”, disse o diretor do Inpe.
Galvão afirmou que tinha preocupação de que suas críticas fossem respingar no Inpe. “Não vai acontecer”, ressaltou. Apesar de ter mandato de quatro anos com prazo para terminar no final do próximo ano, ele disse que no regimento do instituto está explícito que o ministro poderia, numa situação de perda de confiança, substituir o diretor do órgão.
Para Pontes, qualificado por Galvão como um ministro de “alta capacidade técnica”, o diretor do Inpe disse que não precisou defender a solidez dos dados do Inpe, questionados pelo presidente.
“O ministro conversou comigo de um jeito muito cortês, e o que me deixou muito feliz foi a preservação do Inpe”, afirmou.
Continua depois da publicidade
Na quinta (1º), Bolsonaro ameaçou demitir Galvão de forma mais
direta. “Se quebrar a confiança, vai ser demitido sumariamente. Perdeu a
confiança, no meu entender, isso é uma pena capital”, disse. “Eu
lamento que alguns tenham mandato, não sei se no caso dele tem mandato
ou não. A gente não pode tomar uma decisão mais drástica no tocante a
isso, porque o estrago é muito grande”, afirmou.O presidente afirmou também que os dados do Inpe não correspondiam à verdade e sugeriu que Galvão poderia estar a “serviço de alguma ONG.”
O Inpe também rebateu oficialmente todas as acusações feitas por Bolsonaro e Salles. Nesta quinta, o instituto divulgou nota na qual afirma que seu trabalho “sempre foi norteado pelos princípios da excelência, transparência e honestidade científica”.
Continua depois da publicidade
Em seguida, no encontro anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em Campo Grande, Pontes defendeu restrições à publicação de dados do desmatamento.
Por fim, o diretor do Inpe deveria participar de uma reunião sobre dados de desmate que ocorreu na quarta (31), com Salles, Pontes e representantes do Inpe e do Ibama. Galvão, porém, foi desconvidado de última hora e teve seu encontro com o ministro da Ciência adiado para esta sexta.
O engenheiro Ricardo Galvão foi nomeado diretor do Inpe em 2016 pelo então ministro Gilberto Kassab, do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações Comunicações). Na época,
Galvão era professor titular da USP e presidente da Sociedade Brasileira de Física. Também é membro do conselho da Sociedade Europeia de Física e ex-diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas.
Sua nomeação na época saiu com quatro meses de atraso. À época, Galvão disse acreditar que a demora não se dava por má vontade política, mas, sim, por uma questão de “conjectura” do governo.
“Estou a par da maioria das questões. Como já fui do Inpe (entre 1986 e 1990) ainda conheço algumas pessoas. Desde que fui indicado, tenho tido conversas e já fiz um levantamento razoável dos problemas”, disse Galvão então. Pesquisadores especulavam que a demora teria a ver com um desprestígio da pasta.
Galvão é graduado em engenharia de telecomunicações pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre em engenharia elétrica pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e doutor em física de plasmas aplicada pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), com livre-docência em física experimental pela USP (Universidade de São Paulo). É membro titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo e da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
As informações sobre desmatamento produzidas pelo Inpe -tanto o Deter quanto o Prodes, que mede o desmate anual- são públicas e podem acessadas pelo portal TerraBrasilis, do Inpe. A plataforma pode ser acessada em terrabrasilis.dpi.inpe.br.
OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE
RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA
NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM
OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE
AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.