By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RADIO CULTURA – Imagem: Policia Ambiental
“Foram feitos vídeos e fotos pelos policiais que comprovam que houve o dano ambiental, não foi por derrubar árvores que eles foram enquadrados e sim por causar dano na unidade de conservação”, disse à Rádio Cultura Rodrigo Cruz dos Santos, delegado de Polícia Civil.
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O crime está previsto no artigo 40 da Lei Federal 9.605/1998 que tem
como punição a prisão de um a cinco anos. Como a pena máxima ultrapassa
cinco anos não cabe a fixação de fiança durante a fase policial. Um juiz
ainda vai avaliar o caso.Sem autorização
Um dos suspeitos presos, Almir Tartari, é de Pato Branco e diz ser dono da área. Durante a confecção do boletim de ocorrência ele conversou com a nossa reportagem. Ele alegou que não estava cometendo nenhum crime.
“Estava mexendo onde era capoeira”, disse entrevista à Rádio Cultura, justificando que não havia mais vegetação nativa e a área já estava aberta. Ele confirmou que não tinha autorização para realizar o trabalho com a máquina.
Uma tática comum em crimes ambientais já registrados na região é retirar madeiras nobres seletivamente, colocar fogo na área e posteriormente arrancar os tocos, tornando a terra apta para agricultura e pecuária.
Documentação da área Almir disse ter comprado 390 alqueires a três meses de duas pessoas chamadas Rene e Israel. O valor por pago por alqueire foi R$ 15.900. Se multiplicado pelo tamanho da área o preço ultrapassa R$ 6 milhões. O pagamento foi feito com repasse de máquinas e prédios, segundo Tartari.
Mesmo se colocando como comprador, ele afirmou que as matrículas não estão em seu nome. “Tenho contratos de compra e venda”, disse.
A comercialização de posses é frequente na região da Serra da Esperança, sobretudo nas áreas pertencentes à antiga madeireira Elias J. Curi e seus familiares. Especificamente no local onde o crime ambiental foi flagrado na tarde de ontem (10) a matrícula indica uma antiga área J. Curi.
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ViolênciaNo último sábado (8) a reportagem da Rádio Cultura esteve na comunidade de Papuã e Alto da Serra e constatou diversos danos ambientais. Além disso, muitos moradores se sentem ameaçados para deixar o lugar e resistem para permanecer na área.
A escalada de violência começou em 2017 com diversas casas queimadas, moradores despejados com uso de força e casas invadidas. O objetivo, segundo relato dos moradores atingidos, é retirar pequenos posseiros para que as áreas sejam ocupadas por fazendeiros.
A história de mais de uma dezena de moradores se repete. Eles são ameaçados por pessoas que falam em nome de supostos compradores. Quando não saem tem casas queimadas ou invadidas. Os nomes dos moradores não serão revelados para não expor ainda mais os moradores.
Um dos homens que teve a casa queimada disse ter ido à igreja e na volta encontrou a casa e suas caixas de abelha queimadas.
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“Quando eu
voltei estava só a fumaça, tinham queimado minha casa e as caixas de
abelha”, tudo aconteceu no dia 5 de agosto de 2017, relembra o
agricultor recorrendo a um caderno de anotações.“Minha casa foi invadida, eu perdi a casa pra eles”, relatou uma moradora que precisou deixar sua casa, sem poder sequer retirar os pertences, e vê-la ocupada por outras pessoas. Tudo com uso da força.
Boa parte desses moradores (em 2017 eram em torno de 18 famílias) que perderam as casas permanecem acampados em barracos precários em suas posses. Para maioria a terra é a única fonte de sobrevivência.
Ouça AQUI a entrevista.
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