By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RADIO CULTURA – Imagem: Divulgação
Auditores da Secretaria de
Estado da Saúde (Sesa) estão verificando em todos os setores do
Hospital Santa Tereza em Guarapuava, se o atendimento está normalizado e dentro das
metas estipuladas em contrato. A instituição passa por dificuldades
financeiras. O trabalho deve ocorrer em diferentes períodos a partir de
hoje (04). Os dados serão encaminhados a partir de segunda-feira (7)
para análise em Curitiba, diretamente na chefia da Sesa, pois ainda não
há diretores nomeados pelo novo governo para 5ª Regional de Saúde. O
Estado contrata os serviços do hospital que deve atingir metas. O não
cumprimento acarreta penalizações ao hospital, inclusive financeiras.
Sem médicos desde 1º de janeiro o setor de ortopedia do hospital deixou de atender.
Os procedimentos de
auditoria são rotineiros, mas foi determinado nesse momento para
verificar se além da ortopedia outros setores da instituição também
estão sendo afetados pela saída de profissionais.
Médicos de diferentes
especialidades estão deixando o hospital por falta de pagamento,
conforme apurou a reportagem.
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Oficialmente, no entanto, os casos de
desassistência foram registrados somente no setor de ortopedia. A
auditoria vai averiguar os demais setores.
O administrador do
hospital Santa Tereza, Francisco Cogo, disse na manhã de hoje (4) que
está buscando reposição para médicos que se desligaram, mas não detalhou
quantos e em quais áreas houve baixas. Afirmou, no entanto, que o
problema de paralisação do atendimento é restrito ao setor de ortopedia.
De acordo com o contrato
firmado com o Estado o hospital deve manter médicos presenciais e
realizar atendimento 24 horas em alguns setores e em algumas
especialidades os profissionais podem ser mantidos de sobre aviso, ou
seja, serem chamados para atender de acordo com a demanda.
Especialistas como intensivistas, pediatras, obstetras, são algumas das quais devem ser mantidas permanentemente no atendimento.
A reportagem apurou que
profissionais da área de clínica médica, cirurgiões gerais, obstetras,
intensivistas também deixaram de atender recentemente no Santa Tereza
por falta de pagamento.
Os médicos não são
funcionários do hospital, eles são contratados para prestarem serviços e
recebem de acordo com a produtividade. Considerando os repasses do SUS –
principal fonte dos hospitais de Guarapuava – a boa produtividade do
médico é essencial para que as metas de quantidade e qualidade sejam
cumpridas e todo recurso estipulado seja pagos.
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Atualmente a administração
tenta negociar com os médicos para que mantenham o atendimento. Muitos
estão sem receber por boa parte do trabalho prestado em 2018. O problema
já se estende há meses. Em dezembro a Rádio Cultura publicou uma
reportagem mostrando que mesmo com mudanças na administração, quitação
em dia dos salários dos funcionários e diminuição do déficit financeiro o
hospital ainda tinha dívidas com os médicos.
Em setembro de 2018 o
Ministério Público expediu uma recomendação sobre a manutenção de
profissionais médicos nas Unidades de Terapia Intensiva do hospital, já
que havia relatos de falta de profissionais. As auditorias da Sesa na
época, no entanto, não constataram desassistência em nenhum setor do
hospital.
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