segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Setor de ortopedia do Hospital Santa Tereza em Guarapuava interrompe atendimento; médicos estão sem receber


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RADIO CULTURA Imagem: Divulgação

Desde 1º de janeiro o setor de ortopedia do Hospital Santa Tereza, em Guarapuava, está com atendimento interrompido. Tanto a administração quanto os médicos confirmaram que o motivo para paralisação foi a falta de pagamento dos profissionais. Parte dos atendimentos de urgência e emergência realizados pelo SUS nos municípios da 5ª Regional de Saúde foram encaminhados para o hospital São Vicente, também em Guarapuava. O restante está sendo feito via Central de Leitos do Estado. Os atendimentos eletivos (agendados e que não são de urgência ou emergência) estão suspensos.
“No início de dezembro entregamos uma carta para direção pedindo a quitação desses débitos, devido ao longo período de atraso, como condição para continuarmos a trabalhar. É uma situação muito delicada, sabemos o reflexo que isso tem, mas da forma mais correta possível, informando previamente o hospital e as entidades responsáveis, pedimos o pagamento ou suspenderíamos o atendimento”, disse à Rádio Cultura o médico André Luís Ribas de Abreu, um dos quatro membros da equipe de ortopedia do Santa Tereza que deixaram de atender.
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“Durante o último ano recebemos somente três meses”, ressaltou André. Ele explicou que se refere especificamente da situação do setor de ortopedia e não falou em nome dos demais médicos da instituição.
Outro aspecto ressaltado pelo profissional foi que as negociações não avançaram e a administração pediu que eles continuassem a trabalhar sem receber.
“A interrupção se deu por questões financeiras, a instituição tem passivo com a equipe médica e não vem conseguindo saldar. As reuniões que tivemos foram infrutíferas e a equipe decidiu parar o serviço pela falta de pagamento”, disse Francisco Cogo, administrador do hospital.
Ele explicou que a administração não se preparou durante o ano de 2018 para pagar o 13º salário dos funcionários e o valor que estava reservado para pagar os médicos foi usado para quitar o benefício dos trabalhadores. Segundo ele não há atraso ou falta de repasse do contrato com o SUS.
O valor devido aos médicos varia de acordo com o trabalho prestado por cada profissional. O administrador não detalhou qual o valor total da dívida com os profissionais da ortopedia.
Retomada do serviço
 “O hospital tem conversado bastante com a equipe médica, inclusive, a Secretaria Municipal de Saúde tem nos auxiliado para que façamos um acordo financeiro. Mas não podemos ficar somente nessa linha de atuação, também estamos fazendo contato com outros profissionais”, disse o administrador.
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Não existe um prazo definido para o setor de ortopedia retomar os trabalhos. A opção mais rápida é recontratar a equipe médica anterior. Estruturar uma nova equipe resultaria em mais demora para continuidade do trabalho.
O SUS, através da Secretaria de Estado de Saúde, contrata os serviços do hospital e exige que sejam cumpridas metas de qualidade e quantidade. Com a paralisação do atendimento o hospital deve ser penalizado e deixar de receber integralmente valores contratados pelo Estado.
Demais setores
Os demais setores do hospital seguem atendendo normalmente, segundo a direção do hospital e a regional de saúde. Durante essa sexta-feira os profissionais da regional farão auditorias para verificar qual a situação de todos os setores do hospital.
Negociações
Na próxima terça-feira (8) será realizada uma reunião com a nova administração da Secretaria de Estado de Saúde para revisar o contrato de prestação de serviço via SUS. Segundo a administração do hospital atualmente o contrato está desequilibrado financeiramente.
Empréstimo bancária
O Santa Tereza opera com déficit de cerca de R$ 380 mil por mês e o pagamento de parte das despesas depende de operações de contratação de empréstimos.
 “O hospital busca instituições financeiras para financiar o seu operacional, mas hoje não tem nada disponível nem ofertado para a instituição”, disse o administrador Francisco Cogo.
Atualmente, segundo ele, não há dívidas com salários de funcionários.


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