By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: JORNAL O DIA – Imagem: Wilton Junior (Estadão)
De acordo com reportagem publicada nesta quinta pelo jornal Folha de S.Paulo,
empresas que apoiam Jair Bolsonaro estariam pagando pelo serviço de
disparo de mensagens pelo WhataApp a fim de favorecer o candidato Jair
Bolsonaro. Procurado para comentar a denúncia publicada pelo jornal, o
vice-procurador eleitoral, Humberto Jacques de Medeiros informou, por
meio da assessoria do MPE, que não concederá entrevistas pois o órgão
não pode antecipar qualquer posicionamento sobre casos em análise. A
atuação dos pedidos de investigação apresentados ao órgão será feita no
âmbito das demais representações que forem encaminhadas ao TSE.
A reportagem diz ter apurado que alguns contratos podem
chegar a R$ 12 milhões. A prática, conforme lembra o jornal, é ilegal,
pois, se confirmada, trata-se de doação de campanha vedada por lei e,
evidentemente, não declarada à Justiça Eleitoral.
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Ainda segundo o jornal, as empresas de marketing
digital se valem da utilização de números no exterior para enviar
centenas de milhões de mensagens, burlando as restrições que o WhatsApp
impõe a usuários brasileiros. As atividades envolvem o uso de cadastros
vendidos de forma irregular. A legislação eleitoral só permite o uso de
listas elaboradas voluntariamente pelas próprias campanhas. O
financiamento empresarial de campanha também é proibido.
Bolsonaro defendeu-se da acusação por meio de sua conta
no Twitter. "O PT não está sendo prejudicado por fake news, mas pela
verdade. Roubaram o dinheiro da população, foram presos, afrontaram a
justiça, desrespeitaram as famílias e mergulharam o país na violência e
no caos. Os brasileiros sentiram tudo isso na pele, não tem mais como
enganá-los!", escreveu o candidato, alegando que o PT "desconhece e não
aceita apoio voluntário".
Representações
O deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ), em
representação na Procuradoria-Geral Eleitoral, classifica o resultado da
apuração do jornal como uma "grave denúncia" envolvendo a "ocorrência
de ao menos três atos ilícitos de gravidade avassaladora, uma vez que
podem viciar a vontade do eleitor e, assim, fraudar o resultado da
eleição".
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O PDT também anunciou que ingressará ainda esta semana
com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral contra a
candidatura de Bolsonaro. A decisão foi tomada no início da tarde de
hoje, durante reunião do presidente nacional do partido, Carlos Lupi,
com a assessoria jurídica e outros integrantes da sigla. Lupi, que
declarou "apoio crítico" a Haddad no segundo turno, definiu a suspeita
de que um dos candidatos esteja sendo favorecido pela suposta compra de
pacotes de divulgação em massa de notícias falsas como crime de abuso do
poder econômico.
Mais cedo, o candidato do PT à Presidência, Fernando
Haddad, defendeu que, diante da gravidade das suspeitas, o correto seria
que a candidatura de Bolsonaro fosse impugnada e que o candidato Ciro
Gomes (PDT), que terminou o primeiro turno em terceiro lugar, disputasse
com ele o cargo. Ciro obteve 12,47% dos votos válidos, terminando atrás
de Haddad.
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