terça-feira, 5 de junho de 2018

Facebook permitiu que dezenas de fabricantes de smartphones acessassem e usassem dados de usuários


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 Imagem: Divulgação


O Facebook permitiu que cerca de 60 fabricantes de smartphones, como Apple, Microsoft, Samsung e BlackBerry, tivessem acesso a grandes volumes de dados de usuários, segundo reportagem do jornal “The New York Times” publicada neste domingo (3).
Em nota divulgada após a publicação da notícia, o Facebook disse na tarde desta segunda-feira (4) que está "em desacordo" com as conclusões do jornal The New York Times.
A reportagem do NYT diz que a companhia de Mark Zuckerberg mantinha acordos, fechados há mais de 10 anos, com essas empresas para que criassem aplicativos do Facebook integrassem funções da rede social a seus sistemas operacionais. As informações foram cedidas por meio de pacotes privados dos kits de desenvolvimento, os chamados APIs.
Ainda segundo o jornal, o nível de acesso dado às fabricantes poderia infringir a legislação que protege a privacidade nos Estados Unidos, da Comissão Federal do Comércio (FTC). O Facebook não nega que os acordos existiam, mas diz que foram feitos dentro do que permitia a regulamentação.
“Esses parceiros assinavam acordos de que impedia informações pessoais de usuários do Facebook serem usadas com qualquer propósito além de recriar experiências similares às do Facebook”, afirmou Ime Archibong, vice-presidente de parcerias de produtos do Facebook, em nota. 
A reportagem do NYT, no entanto, mostra o alcance do conjunto de dados fornecidos a fabricantes de smartphones. O jornal usou uma conta de Facebook para entrar no diretório de software do BlackBerry. A partir daí, o programa da fabricante canadense recuperou dados como status de relacionamento, preferências religiosas e políticas do repórter e de seus 556 amigos na rede social. Também exibiu informações de identificação de quase 300 mil amigos dos amigos do repórter. 
Continua depois da publicidade
Acesso garantido
Para o Facebook, os acordos eram a única forma de seu aplicativo funcionar no passado.
“No início do mundo móvel, a demanda pelo Facebook ultrapassava nossa habilidade de construir versões do produto que funcionassem em todo celular ou sistema operacional. É difícil de lembrar como, mas antigamente não havia lojas de aplicativos. Então, companhias como Facebook, Google, Twitter e YouTube tinha que trabalhar diretamente com sistemas operacionais e fabricantes de dispositivos para fazer os produtos deles às mãos das pessoas”, afirma o vice-presidente de parcerias de produtos do Facebook.
“Para fechar essa lacuna, nós construímos um conjunto de kits de desenvolvimento para serem integrados ao dispositivos que permitissem às companhias recriarem experiências como as do Facebook para seus aparelhos ou sistemas operacionais.”
Cambridge Analytica
O executivo afirmou ainda que esse tipo de permissão era muito diferente daquela dada a criadores de aplicações para a rede social, que foi explorada pela consultoria política Cambridge Analytica e gerou o mais recente escândalo do Facebook.
A firma, contratada pela campanha presidencial de Donald Trump, usou um teste distribuído pela rede social para coletar dados de mais de 87 milhões de pessoas. Com essas informações, construiu algoritmos capazes de prever a posição política desses usuários com o objetivo de orientá-los em determinada direção.
“Informações de amigos, como fotos, eram apenas acessíveis em dispositivos quando pessoas tomavam a decisão de compartilhar suas informações com aqueles amigos. Nós não tomamos ciência de nenhum abuso dessas companhias”, rebate Archibong. 
Continua depois da publicidade
Resposta do Facebook
O Facebook manifestou nesta segunda-feira (4) que não está ciente de um eventual acesso fraudulento aos dados pessoais de seus usuários e de seus "amigos" por parte dos fabricantes de smartphones há vários anos.
A rede social também disse que estava "em desacordo" com as conclusões do jornal The New York Times, que afirmou em uma matéria que fabricantes puderam ter acesso aos dados pessoais dos usuários sem seu consentimento mediante a instalação de uma interface do Facebook em seu smartphone.
Essas transferências podem ter acontecido depois do acordo alcançado em 2011 entre o Facebook e a Comissão Federal de Comércio (FTC) para proteger melhor os dados de seus usuários, que somente poderiam ser transferidos com seu consentimento explícito.
A rede social se viu envolvida nos últimos meses no escândalo da Cambridge Analytic, empresa britânica acusada de ter coletado e usado sem consentimento os dados pessoais de 87 milhões de usuários com fins políticos, inclusive para fazer o Brexit ganhar no Reino Unido e Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.
 
OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.