By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: UOL – Imagem: Divulgação
O presidente Michel Temer (MDB) e o ex-governador de São
Paulo Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB nas Eleições 2018, voltaram a se aproximar e
negociam um acordo que reunifique o centro político. Na proposta apresentada
pelo Planalto, essa chapa presidencial seria encabeçada pelo tucano com o
ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB) como candidato a vice. Alckmin
analisa a ideia e, neste momento, seus aliados avaliam existirem muitos
obstáculos para o acordo.
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Embora ainda se apresente como pré-candidato à reeleição,
Temer admitiu a pelo menos dois interlocutores - um do MDB e outro do PSDB -
que não deve concorrer a mais um mandato. O presidente avalia que a nova
formação pode unir o centro político e evitar o isolamento do seu partido e de
sua gestão no processo eleitoral.
A proposta de um palanque unificado ganhou corpo após a mais
recente pesquisa Datafolha mostrar Temer, que pode ser alvo de uma terceira
denúncia da Procuradoria-Geral da República, estacionado com 1% das intenções
de voto. O bom desempenho do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim
Barbosa (PSB), que registrou até 10%, também preocupa tucanos e emedebistas.
Eles temem que Barbosa ocupe o espaço do centro e avance sobre a
centro-esquerda.
A aliança ampliaria o tempo de Alckmin nos programas
eleitorais de rádio e TV e seus palanques regionais. Por ora, MDB e PSDB fazem
planos de lançar, cada um, candidatos a governo em 12 Estados. Em
contrapartida, o tucano incorporaria a seu discurso de campanha a defesa de
programas do governo Temer. A possibilidade de uma dobradinha entre Alckmin e
Meirelles foi noticiada, ainda no início de março, pela colunista do jornal O
Estado de S. Paulo Eliane Cantanhêde.
A proposta sofre resistência em parte do MDB: a ideia não
foi bem recebida pelo ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, e pelo
marqueteiro Elsinho Mouco. A cúpula do PSDB deu aval às negociações que,
segundo interlocutores de Alckmin, partiram de Temer.A proposta foi levada ao
ex-governador pelo ex-prefeito João Doria, que se reuniu com o presidente no
sábado. Alckmin viu a tese "com bons olhos" e pediu ao comando de sua
pré-campanha que inclua o nome de Meirelles nas pesquisas internas sobre
potenciais candidatos a vice. Além do ex-ministro, estão nesta lista Mendonça
Filho (DEM-PE) e Álvaro Dias (Podemos-PR). Tucanos querem agora que o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o chanceler Aloysio Nunes Ferreira
entrem nas negociações.
Impasse
Em pré-campanha, Meirelles não admite, por ora, a
possibilidade de ser vice. Segundo auxiliares, o ex-ministro preferiria ficar
fora da disputa se não encabeçar a chapa.
A articulação enfrenta outro impasse: o cenário em São
Paulo. Temer gostaria de replicar a aliança nacional no Estado, mas emedebistas
e tucanos se opõem. Doria e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, lideram as
pesquisas de intenção de voto.
Duas foram as opções colocadas à mesa: que Skaf
desista do governo para disputar o Senado na chapa encabeçada por Doria, ou que
o tucano abra mão em troca de ocupar uma pasta de Temer, o Ministério da
Indústria, Desenvolvimento e Comércio. Nesse cenário, o médico David Uip seria
o indicado do PSDB para ser o vice de Skaf. As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
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