By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
Foi enterrado na manhã desta segunda-feira (30) em Porto Nacional, a 52
quilômetros de Palmas, o corpo do bebê Davi Gabriel. O menino morreu
neste domingo (29) após ficar 43 dias internado no Hospital Maternidade
Dona Regina, em Palmas, esperando por uma cirurgia no coração. Durante
metade deste tempo a família tinha uma ordem da Justiça mandando o
Estado fazer o procedimento.
A Secretaria de Saúde afirmou que aguardava a emissão do alvará, para
usar o valor bloqueado pelo poder judiciário, e poder realizar a
transferência, mas ele não foi emitido até o momento.
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"Muito ruim perder um filho por causa de dinheiro. Mesmo com a decisão
não deram nenhuma resposta. O juiz mandou bloquear as contas e mesmo
assim não conseguimos a cirurgia do meu filho", lamentou a jovem Camila
Cerqueira das Neves, de 21 anos.
O menino nasceu com uma síndrome grave no coração, chamada de
cardiopatia complexa congênita. Os pais procuraram a Defensoria Pública e
conseguiram uma decisão judicial no último dia 10 de abril para que o
menino fosse transferido a outro estado. Porém o Estado não cumpriu.
Depois, no último dia 24, foi determinado o bloqueio de verba para
obrigar o governo do Tocantins a cumprir a determinação. Mesmo assim, a
decisão para transferência do bebê não foi cumprida.
"Nesses casos, quanto mais o tempo passa a situação do paciente piora.
Foi o que aconteceu com esse assistido. Por isso temos ACP [Ação Civil
Pública] para que o Estado regularize esses serviços", disse o defensor
público Arthur Luiz de Pádua Marques.
Segundo a Defensoria Pública, outras quatro crianças com cardiopatia
morreram em 2018 esperando cirurgia. Em todos os casos havia decisão da
Justiça determinando a realização dos procedimentos. Atualmente, há
outro bebê na mesma situação esperando por cirurgia no coração.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que lamenta
profundamente a morte do bebê Davi Gabriel e que já havia autuado o
processo de compra para realização do procedimento cirúrgico do recém
nascido. Porém, a secretaria disse que aguardava a emissão do alvará
pelo poder judiciário para poder realizar a transferência, mas ele não
foi emitido.
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