By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: UOL – Imagem: Divulgação
A defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) pediu que
a Polícia Federal informe o número telefônico de onde partiu a denúncia sobre o
apartamento onde foram encontrados R$ 51 milhões em dinheiro.
A defesa também quer saber quais diligências foram
realizadas pela polícia para investigar a denúncia antes de pedir autorização
judicial para busca e apreensão no apartamento, localizado em Salvador.
O pedido foi apresentado ao ministro do STF (Supremo
Tribunal Federal) Edson Fachin, responsável pelo inquérito que investiga o
caso.
Apesar de o ex-ministro não ter foro privilegiado, há um
inquérito no Supremo sobre o caso pois as investigações apuram o envolvimento
do irmão de Geddel, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Deputados
só podem ser investigados no STF.
Geddel foi preso em setembro após uma operação encontrar os
R$ 51 milhões em notas escondidas em caixas e malas no apartamento, que teria
sido emprestado ao ex-ministro. A Polícia Federal recebeu uma ligação no dia 14
de julho informando que o apartamento estaria sendo utilizado por Geddel para
guardar caixas com documentos. Em seguida, a polícia confirmou a informação com
moradores do prédio, segundo consta do mandado de busca e apreensão no
apartamento investigado.
O dono do imóvel afirmou em depoimento à Polícia Federal que
entregou as chaves do apartamento ao irmão de Geddel, Lúcio Vieira Lima.
A Polícia Federal encontrou impressões digitais de Geddel em
um saco plástico que continha notas de dinheiro.
A defesa de Geddel também quer ter acesso ao material usado
pela perícia técnica para fazer a identificação das impressões digitais. Geddel
é investigado pelo recebimento de propina por parte de empresários em troca de
facilitação ou liberação de créditos da Caixa Econômica Federal, banco no qual
ele foi vice-presidente de Pessoa Jurídica durante parte do primeiro governo da
ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Segundo o empresário e delator Lúcio Funaro, Geddel teria
recebido ao menos R$ 20 milhões em propinas. Funaro disse que o ex-ministro
recebia dinheiro em malas entregues pessoalmente por ele.
O ex-ministro chegou a ser preso uma primeira vez sob
suspeita de pressionar a família de Funaro para que ele não fechasse um acordo
de delação premiada. Geddel responde a processo por essa acusação na Justiça
Federal de Brasília.
Os advogados do ex-ministro e de Lúcio Vieira Lima têm
afirmado que eles jamais participaram de qualquer esquema ilegal em órgãos
públicos.
A defesa do ex-ministro ainda não se manifestou sobre
a suposta relação de Geddel com o dinheiro e tem dito que irá se pronunciar
após ter acesso à íntegra dos autos da investigação.
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