By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: UOL – Imagem: Ricardo Marchesan
Na
véspera da entrada em vigor da reforma trabalhista, que começa a valer neste
sábado (11), jovens em início de carreira mostram dúvidas a respeito das
mudanças na legislação.
Na
manhã desta sexta-feira (10), o UOL esteve no Poupatempo da região da Sé, centro
de São Paulo, para ouvir jovens que foram tirar sua carteira de trabalho.
Giulia
Pereira Pelegrini, 19, foi atrás do documento para entrar em seu primeiro
emprego com carteira assinada, na empresa de tecnologia de sua tia.
Disse
que estava difícil conseguir um trabalho na área que gostaria, de artes
plásticas, por isso foi trabalhar com a tia.
Ela
diz que não está muito por dentro da reforma trabalhista e que viu "umas
coisas pela televisão", mas ainda assim está preocupada em como a reforma
pode afetá-la.
Sua
mãe, a professora do ensino fundamental Ruth Eva Pereira Pelegrini, 53, diz que
fica "preocupada com a nova geração", mas mantém o discurso otimista.
"A
reforma veio aí, tudo bem. Nós estamos vivendo uma época de crise no país, mas
não devemos desanimar", diz.I
sabela
da Silva, 14, também foi tirar sua carteira para tentar uma vaga de aprendiz.
"Estou começando a trabalhar agora para juntar dinheiro para fazer uma
faculdade de Direito", conta.
Ela
diz que soube "mais ou menos" sobre a reforma, mas não foi se
informar. Mesmo com a pouca idade, ela mostra preocupação com a aposentadoria.
Além
da reforma trabalhista, o governo tenta fazer mudanças nas regras de
aposentadoria, por meio da reforma da Previdência, mas o projeto enfrenta
resistência no Congresso atualmente.
Entre
as mudanças estudadas, está a criação de uma idade mínima para a aposentadoria.
O projeto proposto estabelece 65 anos para homens e 62 anos para mulheres.
"Será que eu vou me aposentar? Até eu me
aposentar, eu já morri", afirma a estudante, dizendo que tem
"medo" da reforma.
Marcos
Vinicius Silva Nascimento, 21, também diz estar preocupado com a aposentadoria
--não apenas com a sua, mas a de seus futuros filhos também.
Ele
trabalha há mais de dois anos como recepcionista em uma empresa, e foi ao
Poupatempo tirar a segunda via de sua carteira de trabalho, depois de perder o
documento.
Nascimento
diz que "ainda não" está por dentro das mudanças trabalhistas em
detalhes, mas é contra a reforma, por temer perder direitos."
A gente sempre tem medo
"Nilmara
Miranda da Silva, 42, foi ao Poupatempo levar sua filha, a estudante Fernanda
Silva Moreira, 15, para tirar a primeira carteira de trabalho.
Na
sequência, elas iriam ao Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola) fazer a
inscrição de Fernanda no Programa Jovem Aprendiz, que oferece emprego para
jovens.
As
duas dizem que ouviram falar das reformas, mas também não entenderam o que pode
acontecer.
"Eu
vi mais ou menos hoje, mas não entendi muito bem. Passou de manhã no
jornal", diz a mãe, que está desempregada há três anos. "A gente
sempre tem medo (das mudanças). Mas a gente não sabe ao certo o que vai
acontecer."
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