By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: UOL – Imagem: Divulgação
A Lantus (nome fantasia para a insulina glargina, de ação prolongada) faz parte do esquema terapêutico de pacientes que não conseguem controlar a glicose com outras insulinas. “Quando as crianças têm episódios de hipoglicemia com frequência, indicamos Lantus e outra insulina ultrarrápida. Juntas, têm ação semelhante à da insulina fabricada por uma pessoa sem diabetes, diminuem risco de hipoglicemia, permitem flexibilidade da dieta e diminuem o risco de complicações associadas à doença, como problemas visuais e renais”, explica a endocrinologista Jacqueline Araújo, chefe do Serviço de Endocrinologia Pediátrica do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
No serviço, Kayky recebe acompanhamento médico desde 1 ano, idade em que foi diagnosticada a doença. “Quando pequeno, ele tinha episódios de hipoglicemia imprevisíveis, o que levou a convulsões. Dessa maneira, desenvolveu um quadro de epilepsia”, diz Jacqueline. A mãe de Kayky, a professora Fabiana da Silva, 36, conta que ele toma dois medicamentos anticonvulsivantes. “Ele tem diabetes de difícil controle. A glicose baixa de vez e vem a hipoglicemia. Por isso, toma os anticonvulsivos”, relata Fabiana, que também convive (desde os 18 anos) com a diabetes tipo 1.
Assim como o filho, ela precisa usar a Lantus, mas aplica outras insulinas porque, com o dinheiro que consegue juntar, compra para Kayky. A Lantus que ele tem usado nos últimos dias foi dada pelo avô materno. A medicação – que para ele dura de oito a dez dias – custa R$ 133, e Kayky precisa de três por mês. Diante do desabastecimento na Farmácia de Pernambuco, Lantus virou sinônimo de presente na família. “Na Páscoa, no lugar de ovo de chocolate diet, a tia lhe deu insulina. E recentemente ganhou tiras para aferir a glicose. Cada caixa, que só dura uma semana, custa R$ 100”, diz Fabiana.No aplicativo de mensagens, Kayky ainda escreveu para parentes: “Meu coração só bate com insulina”. A frase demonstra que ele compreende como a medicação ajuda a evitar comprometimentos severos. A medicina ratifica que a insulina, ao lado de outras estratégias para controlar a doença, é necessária para manter o bem-estar dos pacientes. “Sem acompanhamento adequado, há chance de a pessoa ter hipoglicemia grave e risco aumentado de morte. Além disso, passados cinco anos de diabetes sem tratamento apropriado, aumenta-se a possibilidade de problemas na visão e nos rins aparecerem”, esclarece Jacqueline.
Outros pacientes têm se queixado sobre a irregularidade na distribuição da insulina. Nas redes sociais, mães de crianças e adolescentes com diabetes relatam já terem ido ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciar o desabastecimento. “A última entrega de Lantus foi realizada em 12 de março. E não havia para todos os pacientes”, diz a orientadora em diabetes da Associação Pernambucana do Diabético Jovem, Cidamar Oliveira.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informa que “está finalizando o processo licitatório da insulina glargina. A compra é de 57.800 unidades (solução injetável)”. Após a conclusão da compra, segundo a SES, o fornecedor tem até 15 dias para a entrega do produto. O MPPE destaca que o Estado fez um cronograma para normalizar a dispensação de todos os medicamentos, incluindo insulinas. “O calendário não foi cumprido. O prazo terminou em março. Acompanhamos os casos e tentamos regularizar a distribuição”, diz a promotora de justiça de Defesa da Saúde da Capital, Ivana Botelho.
Para ajudar Kayky
Telefone: 81 99512-8412 (Falar com Sandra, tia, ou Fabiana, mãe)
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