By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Portal Terra – Imagem: Divulgação
No Brasil, o movimento foi acentuado por uma série de
operações de compras automáticas de divisas, conhecidas como
"stop-loss". Na avaliação de operadores, houve algum exagero que pode
ser corrigido nas próximas sessões, mas não se contempla um cenário em
que a moeda norte-americana volte para perto de 2,60 reais.
O dólar subiu 1,78 por cento a 2,7420 reais na venda,
maior nível de fechamento desde 23 de março de 2005 (2,749 reais). Na
máxima do dia, a divisa alcançou 2,7490 reais.
Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 900 milhões de dólares.
"Não faltou motivo para o dólar subir hoje. Temos o
petróleo, o dado de emprego nos EUA e o fator técnico pesou muito",
disse o operador de câmbio de um importante banco internacional. "A
verdade é que não temos fundamento para sustentar um real muito mais
forte do que isso", acrescentou.
Neste ano, a moeda norte-americana acumula alta de mais
de 3 por cento sobre o real. Estes ganhos também foram impulsionados por
declaração do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que afirmou na
sexta-feira passada não haver a intenção de manter o câmbio
sobrevalorizado.
Vários analistas estimam que o "valor justo" do dólar em
relação ao real deveria ser mais alto do que o atual, devido à
deterioração de fundamentos macroeconômicos do Brasil. Na pesquisa Focus
do Banco Central, economistas de instituições financeiras estimam que a
divisa norte-americana encerre 2015 em 2,80 reais, refletindo também a
expectativa de alta dos juros norte-americanos.
"A impressão que eu tenho é que o dólar estava baixo
demais e a alta dos últimos dias serviu para corrigir esse
desequilíbrio", disse o superintendente de câmbio da corretora Tov,
Reginaldo Siaca.
A perspectiva de que os juros dos EUA subam em breve foi
reforçada nesta sessão por dados sobre o mercado de trabalho do país. O
setor privado norte-americano criou 213 mil postos de trabalho em
janeiro, levemente abaixo das expectativas de economistas, mas o
resultado foi compensado pela revisão para cima do dado de janeiro, que
subiu 12 mil, a 253 mil.
A persistente queda dos preços do petróleo e as preocupações em torno da Petrobras também contribuíram para o mau humor aqui.
Na sessão anterior, notícias sobre mudanças na diretoria
da Petrobras haviam alimentado a demanda de investidores estrangeiros
pelo papel da estatal e contribuído para reduzir as cotações do dólar.
Nesta manhã, a presidente da companhia, Maria das Graças
Foster, e cinco diretores renunciaram a seus cargos. Novos executivos
serão eleitos em reunião do Conselho Administrativo na sexta-feira.
"Se a nova diretoria tiver de fato um perfil mais
técnico, será mais um sinal de que o governo está buscando recuperar a
confiança do mercado", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso,
Reginaldo Galhardo.
Nesta manhã, o BC deu continuidade às intervenções
diárias, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais. Foram
vendidos 800 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.200 contratos
para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a 98 milhões de
dólares.
O BC também vendeu a oferta integral de até 13 mil swaps
para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a
10,438 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou
cerca de 18 por cento do lote total.
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