quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

MP-PR denuncia deputado Nelson Justus pelo caso dos Diários Secretos



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Rádio Najuá Imagem: RPC TV


O Ministério Público do Paraná (MP-PR) informou nesta quarta-feira (25) que ofereceu denúncia contra o deputado estadual Nelson Justus (DEM). A denúncia refere-se à época em que Justus presidia a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e tem como base a suspeita de contratação de funcionários fantasmas com o intuito de desviar de dinheiro público.
A irregularidade se tornou pública a partir de uma série de reportagens publicada pela RPC e pelo jornal Gazeta do Povo conhecida como "Diários Secretos". A denúncia ocorre cinco anos após as irregularidades serem conhecidas pela população parananese.
Além do parlamentar, mais 31 pessoas ligadas ao gabinete dele estão sendo acusada dos crimes de formação de quadrilha, peculato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A denúncia, que conta com 313 páginas de narrativa fática, foi oferecida na quinta-feira (12) e, de acordo com o MP-PR, está em fase de notificação dos acusados para apresentação de defesa.
Nelson Justus afirmou que vai provar que é inocente e que está muito tranquilo em relação ao caso. "Agora o Ministério Público terá que provar na Justiça que houve mesmo algo contra mim", declarou o deputado.
Diários Secretos
A série "Diários Secretos" mostrou a contratação de funcionários fantasmas pelo Poder Legislativo do Paraná. Alguns desses, com salários de milhares de reais.
Conforme as reportagem, conduzida durante dois anos pela RPC e pelo jornal Gazeta do Povo, o rombo nos cofres públicos chegou a mais de R$ 200 milhões.
As reportagens mostraram também que as nomeações de funcionários fantasmas percorriam, aparentemente, todos os trâmites normais dentro da Alep. Desde a indicação até a publicação, tudo passava pelos diretores e pela Mesa Executiva da Casa, da qual Justus era o presidente, e do então primeiro-secretário Alexandre Curi (PMDB).
O problema estava na forma como essas nomeações eram feitas, segundo as reportagens. Muitos dos funcionários jamais compareceram na Assembleia. Germina Leal de Matos era uma dessas pessoas. Em nome dela, foram desviados cerca de R$ 3 milhões.
Apesar de todo esse dinheiro, a mulher vivia com a família em uma situação precária. Ela emprestava os documentos em troca de R$ 150 mensais. Como ela, centenas de pessoas foram envolvidas no esquema e foram "contratadas" pela Alep, sem nunca terem pisado nos corredores do Legislativo do Paraná.
As nomeações eram publicadas em Diários Oficiais da Assembleia com circulação mínima, que nunca chegavam às mãos da população.
A série de reportagem recebeu o Prêmio Esso de Jornalismo e gerou várias mudanças também na estrutura da Assembleia Legislativa. Além da publicação dos atos nos Diários, a Casa conta atualmente com um portal da transparência, que aponta todos os gastos e atos tomados pela  administração do Legislativo.
Na página, os cidadãos também podem conferir os nomes e salários de todos os servidores que atuam na Casa e até as listas de presença dos deputados que participaram das sessões convocadas.
 
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