By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: JORNAL EXTRA – Imagem: Divulgação
Uma tradição de 35 anos de Rock in Rio — não cumprida apenas na
edição de 2017 — marcará presença com toda força em 2021: a noite do
heavy metal. Esta terça-feira, os grupos Iron Maiden, Megadeth, Dream
Theater e Sepultura (com a Orquestra Sinfônica Brasileira) foram
anunciados como atrações do Palco Mundo em 24 de setembro — ou seja, a
data de abertura da edição pós-pandêmica do festival, que correrá também
nos dias 25, 26 e 30 do mês, e ainda em 1º, 2 e 3 de outubro, na Cidade
do Rock, na Barra.
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Além do anúncio desses primeiros nomes
confirmados da programação, o Rock in Rio divulgou a data do começo da
venda dos ingressos antecipados (o Rock in Rio Card): dia 9 de março.
— Esse Rock in Rio vai ser disparado o maior da história. As bandas
que virão só vão tocar no Rock in Rio, estou fazendo tudo para trazer
esse público de fora. Fiz uma pesquisa dos grupos mais conhecidos e
estou conseguindo todos eles — conta o presidente do Rock in Rio,
Roberto Medina, que garante já estar com a programação de “seis dos sete
dias” do festival fechada. — (Com a pandemia) havia muitas dúvidas de
quando os artistas iam voltar a fazer shows, mas essas dúvidas agora
estão dissipadas. Eu comecei a falar sobre o festival com eles faz uns
seis meses, e eu é que tinha que procurá-los. Agora, eles é que estão me
procurando.
Longa história
Ao inglês Iron
Maiden, um ícone do heavy metal com 45 anos de história e quatro
participações no Rock in Rio (em 1985, 2001, 2013 e 2019), coube o posto
de grande estrela da noite inaugural da edição 2021. Em depoimento ao
festival, o vocalista Bruce Dickinson disse: “Os fãs do Maiden sabem que
este festival é muito especial para nós por causa de nossa longa
história juntos. A vibração do Rio é única e a paixão da multidão nunca
deixa de ser eletrizante. A turnê ‘Legacy’, do ano passado, foi muito
divertida, vocês terão que esperar para ver o que planejamos.”
Com
mais de 15 milhões de discos vendidos em todo o mundo e uma carreira
iniciada em 1985, o americano Dream Theater fará em 2021 a sua estreia
no Rock in Rio. Um expoente da ala progressiva do heavy metal, o grupo
nunca deixou de desfrutar de uma grande popularidade, mesmo em períodos
em que o gênero não andou em muita evidência no mainstream. Um fenômeno
que, em entrevista ao GLOBO, o vocalista James LaBrie credita à lealdade
do seu público.
— Na medida em que você der a música que o
público ama, ele estará lá para apoiar você. Alguém tinha que criar um
nicho para o metal progressivo, e desde que o Dream Theater apareceu, as
pessoas não pararam de chegar. Mesmo quando o momento era mais para o
pop, ou para o rock, a gente ainda conseguia ser cool — conta o cantor,
que aproveitou a quarentena para gravar um disco solo e começar a
preparar um álbum com o Dream Theater.
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LaBrie também diz que o grupo ainda está começando a conversar sobre a realidade de voltar a excursionar:
—
Não sei dizer o que mais teremos de shows além do Rock in Rio... mas
não vejo a hora, porque não há nada mais incrível do que ver aquele mar
de pessoas na sua frente.
Já o americano Megadeth, uma das grandes
bandas do acelerado thrash metal (ao lado de Metallica, Anthrax e
Slayer), volta ao Rock in Rio depois de uma lendária apresentação (em
1991) e de um susto: ele participaria da edição de 2019, mas em junho
daquele ano, a três meses do festival, cancelou seu show porque o
cantor, guitarrista e líder do grupo, Dave Mustaine, anunciou que estava
tratando um câncer na garganta. Em seu lugar, tocou no Rock in Rio a
banda alemã Helloween.
Mustaine passou por sessões de
quimioterapia e, em fevereiro, anunciou que estava livre do câncer. A
banda promete voltar em 2021 com um álbum que, segundo o líder disse
recentemente, será “um dos discos mais ferozes que fizemos desde ‘Rust
in peace’ (1990)”.
E o Sepultura, como faz questão de lembrar
Roberto Medina, é banda “sem a qual não se tem Rock in Rio”. Ao longo
dos seus 36 anos de estrada, o maior nome brasileiro do rock
internacional de todos os tempos tocou nas edições de 1991, 2001, 2011,
2013, 2017 e 2019.
Agora, depois de algumas experiências com
instrumentos da música clássica, em diferentes formações, o Sepultura
promete reler o seu repertório com a Sinfônica Brasileira para o show de
abertura do Palco Mundo.
— A gente está fazendo um brainstorming
dessas possibilidades com o Alexei Kurkdjan (maestro brasileiro com o
qual a banda trabalhou no álbum “A-Lex”, de 2009), ele conhece a
linguagem do metal — revela Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura. — A
ideia é fazer algo único, misturar ao máximo o som da banda com a da
orquestra, para que tudo tenha o mesmo volume.
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