By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin suspendeu, nesta segunda-feira (14), a alíquota zero para a importação de revólveres e pistolas. A isenção tinha sido definida na última semana pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério da Economia, mas só passaria a valer no próximo dia 1º de janeiro.
Com a decisão de Fachin, fica mantido o imposto de importação atual, que é de 20% sobre o valor da arma. Fachin também determinou que a decisão individual seja submetida à análise do plenário do Supremo, em data a ser definida.
Continua depois da publicidade
A suspensão atende a um pedido do PSB, que contestou o ato do governo em
ação apresentada na semana passada. Após a decisão, o advogado Rafael
Carneiro, que assinou a ação do partido, afirmou que o decreto colocava
em risco a segurança da sociedade e que não havia nenhum interesse
social em zerar a alíquota.
Na decisão, Fachin diz que "o risco de um aumento dramático da
circulação de armas de fogo, motivado pela indução causada por
fatores de ordem econômica, parece-me suficiente para que a projeção
do decurso da ação justifique o deferimento da medida liminar [decisão
provisória]".
O ministro afirmou que a redução a zero da alíquota do imposto de
importação sobre pistolas e revólveres, por contradizer o direito à
vida e o direito à segurança, viola o ordenamento constitucional
brasileiro.
O relator também disse considerar que a finalidade da isenção é pouco
evidente, sendo que “há razões para entender que seus objetivos podem
não se coadunar com os mecanismos de legitimação constitucional e a
diligência devida”.
Fachin ressaltou que a segurança dos cidadãos deve primeiramente ser garantida pelo Estado, e não pelos indivíduos.
Continua depois da publicidade
“É possível concluir que não há, por si só, um direito irrestrito
ao acesso às armas, ainda que sob o manto de um direito à legítima
defesa. O direito de comprar uma arma, caso eventualmente o Estado opte
por concedê-lo, somente alcança hipóteses excepcionais, naturalmente
limitadas pelas obrigações que o Estado tem de proteger a vida”,
disse.
O ministro ponderou ainda sobre os efeitos da medida no mercado nacional.
"É inegável que, ao permitir a redução do custo de importação de
pistolas e revólveres, o incentivo fiscal contribui para a composição
dos preços das armas importadas e, por conseguinte, perda automática de
competitividade da indústria nacional; o que afronta o mercado interno,
considerado patrimônio nacional".
A decisão do governo
A isenção da alíquota não se aplica a alguns tipos de armas, como as
que são carregadas exclusivamente pela boca, pistolas lança-foguetes,
revólveres para tiros de festim e armas de ar comprimido ou de gás.
Esta medida se junta a outras tomadas no sentido da flexibilização nas
regras de armamento, que vêm sendo adotadas desde o início do governo de
Jair Bolsonaro – o presidente é declaradamente favorável ao armamento
da população.
MATÉRIA RELACIONADA:
CURTA AQUI NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK
OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.