By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: REDE SUL DE NOTICIAS – Imagem: Divulgação
Nesse mesmo dia, o televisor da casa de Mariângela Esteche queimou. De acordo com Edson dos Santos, dono de uma eletrônica na cidade, a incidência de eletrodomésticos aumentou desde que a temporada de chuva começou.
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Em outra eletrônica, nos últimos dias, são mais de 40
televisores levados para consertar. “Muitos não adianta. É melhor
comprar um novo”, disse Alberto Sanches.De acordo com o meteorologista do Simepar, Samuel Braun, Guarapuava, Cascavel e Campo Mourão tem o maior número de raios por quilômetro quadrado no Paraná. Ele disse também que a divisa entre Guarapuava e Prudentópolis, na Serra da Esperança, é uma área onde acontecem muitas descargas elétricas. Porém, a maioria dos raios não atinge solo. “Cerca de 20% chegam ao solo”, diz o meteorologista.
O professor Maurício Camargo Filho, doutor em Geografia na Universidade Estadual Centro-Oeste (Unicentro) explica que os raios acabam causando prejuízos e mesmo óbitos. Segundo ele, no verão é normal a formação de nuvens desse tipo, em função das elevadas temperaturas durante o dia, ocasionando chuvas localizadas. “Por exemplo, é comum vermos nessa época que choveu num bairro da cidade e em outro não. Chove de um lado da rua e do outro não. Isso porque são nuvens pontuais que podem gerar uma tromba d’agua extremamente forte, provocando inundações e prejuízo e logo em seguida o tempo voltar a ficar livre de nuvens de chuva”.
De acordo com o professor, o mesmo acontece com os raios, que são mais comuns nessa época do ano e quando há entradas de frentes frias, principalmente no inverno. “A maior frequência que se tem observado, ainda precisa de uma análise mais profunda, comparação com dados coletados historicamente para vermos se é apenas uma impressão ou se realmente houve um aumento desse tipo de descarga atmosférica”.
Ele lembra que estamos passando por mudanças “extremamente importantes” no que se refere as condições climáticas mundiais e não estamos isentos. “O que se tem para nós é que os dados climáticos históricos apontam para um sinal que sugere uma concentração mais das chuvas, o que significa chuvas mais intensas, destrutivas, quando comparada com as precipitações da década de 70 e 60. Mas como disse é um sinal e ainda não há nada conclusivo. Mas esse sinal coincide com os intensos desmatamentos que tivemos no estado do Paraná e no mundo.
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A
economia e a sociedade não ficarão impunes a essas alterações, se não
nos adaptarmos a essas flutuações ambientais”, alerta.“Devemos lembrar que na década de 80 tivemos registradas, oficialmente em Guarapuava, temperaturas na casa dos 35 graus, acompanhada de intensas precipitações com raios não ponderados numericamente na época. Tivemos outros anos atípicos com temperaturas e precipitações intensas também na década de 60”.
Maurício observa também que o aumento da população e de construções nem sempre levam em consideração projetos de proteção a descargas elétricas. “Acrescente a esse fato que Guarapuava é historicamente um dos municípios paranaenses que mais tem registro de descargas elétricas no paraná. “Assim considero que o que vemos hoje é um processo de intensificação de fenômenos atmosféricos que são chamados de alta magnitude, alta intensidade ou fenômenos atípicos, resultados da nossa interação com o ambiente natural”.
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