By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B – Imagem: Elza Fíuza (Agência Brasil)
O ministro Luís Roberto Barroso, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
determinou que o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL),
apresente dentro de um prazo de 72 horas esclarecimentos e documentos
complementares para sanear problemas na prestação de contas de sua campanha,
identificados pela área técnica do tribunal.
Um relatório da Assessoria de Exame
de Contas Eleitorais e Partidárias (Asepa) do TSE apontou uma série de irregularidades
e indícios de omissão de gastos eleitorais na prestação de contas da campanha
de Bolsonaro.
A decisão de Barroso atende a
pedido da Asepa, que havia solicitado que o ministro concedesse um prazo de 72
horas para que Bolsonaro complementasse dados e a documentação, além de
apresentar esclarecimentos sobre as dúvidas levantadas.
“São pertinentes as diligências
propostas pela Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias na
Informação”, avaliou Barroso.
“Diante do exposto, determino a
intimação do candidato Jair Messias Bolsonaro, (…), para, no prazo de 3 (três)
dias, complementar dados e documentação e/ou prestar esclarecimentos/
justificativas, com vistas ao saneamento dos apontamentos constantes do
Capítulo IV da Informação nº 204/2018 – ASEPA”, decidiu o ministro.
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Falhas
A Asepa identificou falhas como
indícios de recebimento indireto de doações de fontes vedadas, ausência de
detalhamento na contratação de empresas e comprovação de serviços efetuados e
até mesmo informações divergentes entre os dados de doadores constantes na
prestação de contas e aquelas que constam do banco de dados da Receita Federal.
O relatório do TSE encontrou um
total de 23 falhas na documentação entregue pela campanha de Bolsonaro, entre
elas a falta de um cadastro prévio da empresa AM4, que não estaria habilitada
para atuar na arrecadação de recursos via financiamento coletivo. Um dos
contratos analisados pelo TSE diz respeito à instalação de uma plataforma
desenvolvida pela AM4 para recebimento de doações via internet.
Procurada pela reportagem, a
empresa não havia se manifestado até a publicação deste texto.
De acordo com a área técnica do
TSE, a prestação de contas de Bolsonaro informa doações às campanhas de Flávio
Bolsonaro (PSL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filhos do presidente eleito,
que totalizam R$ 345 mil, mas não informou os doadores originários dos
recursos.
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Também foram identificadas doações recebidas de outros candidatos ou
partidos políticos com informações divergentes na prestação de contas dos
doadores, apontou a Asepa.
“Como são detalhes técnicos, iremos
apresentar ao TSE a resposta a cada apontamento. Não há nada que nos preocupe”,
disse a advogada eleitoral Karina Kufa, que atua para a campanha de Bolsonaro.
Prioridade
Segundo o Broadcast
Político apurou, a prioridade da área técnica do TSE é o exame da
prestação de conta de Bolsonaro, que saiu vitorioso das urnas e precisa
obedecer uma série de ritos processuais para a diplomação, prevista para 10 de
dezembro.
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