By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
A execução do major da Polícia Militar Alan de Luna Freire, de 40 anos, pode ter relação com o traficante mais antigo ainda no poder no Rio de Janeiro,
Fernandinho Guarabu. A informação foi apontada no registro da
ocorrência do assassinato do militar, ocorrido na manhã desta
terça-feira (27) em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Segundo a polícia, criminoso encapuzados emparelharam o veículo onde
estavam ao carro particular do policial na Rua Pensilvânia, no Bairro
Jardim da Viga, e efetuaram diversos disparos. Alan morreu no local.
Os policiais que fizeram o registro da ocorrência destacaram que
testemunhas disseram que o major vinha sendo ameaçado pelo ex-PM Antônio
Eugênio de Souza Freitas, conhecido como Batoré. Ele chegou a ser preso
em abril do ano passado numa grande operação da polícia, mas foi solto um mês depois durante um plantão judicial.
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As ameaças eram feitas porque o major, que era lotado no 17ª BPM (Ilha
do Governador) comandava ações que visavam prender o traficante
Fernandinho Guarabu, criminoso que chefia a venda de drogas na
Comunidade do Dendê.
Guarabu é o traficante que há mais tempo está em liberdade à frente da venda de drogas de uma comunidade do Rio.
Ele está no comando das comunidades desde 2004, quando assumiu após uma
sangrenta guerra pelas bocas de fumo que começou em setembro de 2003 e
durou nove meses. Pelo menos 20 pessoas morreram em ataques ao Morro do
Dendê.
Conforme mostrou o G1, de
2003 a 2016, a Justiça do Rio expediu 14 mandados de prisão contra o
traficante por crimes de homicídio, tráfico, associação ao tráfico e
porte ilegal de armas contra Fernandinho Guarabu.
Investigações revelaram que Guarabu e seu grupo pagavam R$ 5 mil por
mês a policiais militares para não reprimirem o crime organizado na Ilha
do Governador. Em troca, os PMs também seriam atacados pelo bando.
Dados da PM apontavam, em 2016, o batalhão da Ilha do Governador como o
último colocado na apreensão de fuzis em todo o estado do Rio de
Janeiro. Em dezembro de 2015, apenas um foi apreendido na região.
Perseguição frustrada
No dia 9 de novembro deste ano, uma perseguição policial foi realizada na tentativa de interceptar um comboio de carros do bando de Guarabu na Ilha do Governador. Três pessoas foram baleadas feridas na troca de tiros entre os criminosos e policiais civis.
A perseguição começou quando agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de
Automóveis (DRFA) buscavam um grupo de traficantes que estava saindo da
Comunidade do Dendê, segundo o delegado Alessandro Petralanda, titular
da especializada.
De acordo com a polícia, Guarabu teria ido se esconder com outros
traficantes na Vila dos Pinheiros, no Complexo da Maré. Mas ele estava
sendo monitorado por agentes da Secretaria de Segurança e, ao tentar
voltar para a Ilha do Governador neste comboio, foi ao encontro dos
policiais na Estrada do Galeão, no bairro da Portuguesa, e houve intensa
troca de tiros.
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Durante a ação, armas foram apreendidas. Os suspeitos baleados, que
seriam seguranças de Guarabu, segundo a polícia, morreram no local.
Vídeo obtido pelo RJ2
mostrava o traficante Guarabu circulando tranquilamente pelo bairro.
Ele continua sem paradeiro e ainda é procurado pelos agentes de
segurança.
Trabalhos de repercussão
O major Luna participou de trabalhos recentes de grande repercussão no combate à criminalidade.
Em 2012, ele deu apoio à Polícia Federal e ao Serviço Aeropolicial
(Saer) da Polícia Civil na caçada que terminou na morte do traficante
Márcio José Sabino, o Matemático, na favela da Coreia, em Senador
Camará.
Ano passado, após uma ação na Cidade Alta em que 45 criminosos foram
presos e 33 fuzis apreendidos, um criminoso que participou da invasão -
Carlos Alberto de Assis Farias, conhecido como Cachoeira
- fez uma gravação no Hospital Getúlio Vargas contando que deu dinheiro
para PMs do 16º BPM facilitarem a entrada da quadrilha dele na Favela.
A filmagem foi feita pela equipe do major Luna, à época lotado na unidade, e resultou na prisão de nove policiais militares.
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