By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: PORTAL TERRA – Imagem: Divulgação
Na quinta-feira, um executivo da sede do WhatsApp na Califórnia informou à BBC News Brasil que "centenas de milhares de perfis foram banidos" durante o período eleitoral brasileiro.
Os bloqueios seriam fruto de um investimento da empresa de tecnologia
em ferramentas de detecção de comportamento suspeito de usuários, como o
volume de mensagens enviadas, a repetição de conteúdos, discursos de ódio ou ofensas, além de quantas vezes este usuário foi excluído ou
bloqueado por interlocutores.
"São algoritmos inteligentes que vão percebendo padrões e melhoram com o tempo", diz o porta-voz.
Ainda segundo o WhatsApp, a exclusão do telefone do filho de Jair Bolsonaro
da plataforma não tem a ver com as denúncias que vieram à tona nesta
quinta-feira.
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Segundo o jornal Folha de S.Paulo, empresários teriam pago até R$ 12
milhões por disparos em massa no aplicativo de mensagens atacando o
rival de Bolsonaro, Fernando Haddad (PT).
Flavio Bolsonaro e Dilma Rousseff
Pelo Twitter, na manhã desta sexta, Flavio insinuou que estaria sendo perseguido pela plataforma.
"A perseguição não tem limites! Meu WhatsApp, com milhares de grupos, foi banido DO NADA, sem nenhuma explicação!"
Duas horas depois, o filho do presidenciável voltou à rede social para informar que sua conta havia sido reestabelecida.
"Meu telefone, cujo WhatsApp foi bloqueado, é pessoal e nada tem a ver
com uso por empresas. O próprio WhatsApp informou que o bloqueio foi há
dias, antes da Fake News da Foice de SP. (SIC) Agora já foi
desbloqueado, mas ainda sem explicação clara sobre o porquê da censura."
Porta-vozes do WhatsApp confirmaram que a exclusão da conta de Flavio
aconteceu antes da divulgação do suposto envolvimento ilegal de empresas
com a campanha presidencial.
Além da conta de Flavio, segundo a BBC News Brasil apurou, um perfil
criado pela campanha da ex-presidente Dilma Rousseff ao Senado por Minas
Gerais também foi banida por comportamento de spam.
Após a divulgação, o PT acionou a Justiça Eleitoral para investigar suposto financiamento ilegal para Bolsonaro.
Na terça-feira, representantes do TSE e integrantes do conselho
consultivo sobre internet e eleições do tribunal participaram de uma
videoconferência com representantes do WhatsApp, nos Estados Unidos.
Nesta reunião, segundo a BBC News Brasil apurou, os representantes
informaram que, dentre as contas de spam e automatização bloqueadas
durante o primeiro turno, estava a de Flavio Bolsonaro.
Também disseram, mais de uma vez, que o número de contas bloqueadas era
de 700 mil.
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Ao final, pediram que constasse na ata que "centenas de
milhares" de contas, e não "700 mil", haviam sido bloqueadas.
O que é comportamento de spam?
A empresa explicou à BBC News Brasil quais são os critérios para a exclusão de perfis.
"Quando você recebe uma mensagem de um número que não está na sua
agenda de contatos, você já tem as opções de bloquear ou denunciar como
spam. Essas denúncias são levadas em conta pelo app."
Além dos milhares de usuários com comportamento considerado
inapropriado, o WhatsApp informou à imprensa nesta sexta que acionou a
Justiça para impedir que empresas como as identificadas pelo jornal
Folha de S.Paulo façam envios em massa de conteúdos que possam
influenciar as eleições presidenciais.
"Estamos tomando medidas legais para impedir que empresas façam envio
maciço de mensagens no WhatsApp e já banimos as contas associadas a
estas empresas", informou o WhatsApp, segundo o jornal.
A empresa americana também enviou notificação extrajudicial para as
agências envolvidas na denúncia pedindo que deixem de enviar mensagens
em massa para números de celulares obtidos pela internet, sem
autorização dos proprietários.
A ministra Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, (PSL)
e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge convocaram a imprensa
para entrevista coletiva sobre o caso na tarde desta sexta, mas o
encontro foi adiado para o domingo.
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