By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
Um homem de 48 anos foi encontrado em condições análogas à de
escravidão e um grupo foi achado em situação irregular de trabalho, após
fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho na Bahia
(SRTE-BA). A ação ocorreu em duas fazendas da cidade de Entre Rios,
cidade a cerca de de 130 km de Salvador.
Conforme informações do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da
SRTE-BA, as propriedades rurais pertencem a Manoelito Argôlo dos Santos,
ex-prefeito de Entre Rios, dono de diversas fazendas de gado na região,
e pai do ex-deputado federal Luiz Argôlo, que cumpre pena em regime fechado após condenação na Operação Lava-Jato.
O G1 procurou o dono das fazendas mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
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De acordo com o Ministério do Trabalho, o homem em condições análogas à
de escravidão estava na Fazenda Riachão, em um casebre sem água, com
gambiarras elétricas, manchas de fezes de morcegos nas paredes e
banheiro contendo apenas um vaso sanitário sem descarga. Segundo a SRT, o
homem estava no local com o filho, de 12 anos, que não trabalhava na
fazenda, mas vivia no casebre.
No local, não havia armário para armazenar alimentos, o que obrigava os
dois moradores a usar arames para pendurar a comida em sacos, como
forma de proteger os alimentos de roedores.
O homem relatou aos auditores que teve que levar colchões e roupas de
cama próprios, pois o empregador não os fornecia. Além disso, eles
tinham que usar a água suja de um poço, armazenada em vasilhames de óleo
reaproveitados.
Outra fazenda
Já na Fazenda Rancho Alegre, também de propriedade de Manoelito Argôlo,
os trabalhadores recebiam menos que um salário mínimo pelas atividades,
não tinham equipamentos de proteção e nenhum deles fazia exames médicos
ocupacionais, segundo informou o SRTE. O valor total devido aos
empregados supera os R$ 150 mil.
Também não era feito o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS) e ninguém tirava férias. Conforme relato dos
trabalhadores, eles viviam cerca de 30 anos nessas condições de
trabalho.
A SRT disse que uma reunião foi realizada na quinta-feira (18) com os
representantes do empregador, que se recusou a regularizar os vínculos e
realizar o pagamento dos trabalhadores. Diante da situação, será
ajuizada ação civil pública em face do empregador e ele também deverá
ser responsabilizado por meio de ação penal.
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Conforme a superitendência, as propriedades têm pista de pouso e hangar
para aviões. Ao lado da casa da família, na sede da fazenda Rancho
Alegre, há um grande parque de exposições, que leva o nome do
proprietário, Mnaoelito Argôlo.
Outro fato que chamou a atenção dos fiscais foi que havia centenas de
filtros de água de barro amontoados na varanda de uma casa da fazenda.
Alguns estavam quebrados, mas muitos permaneciam dentro de caixas. A
equipe documentou o fato e comunicou o caso ao Ministério Público do
Estado da Bahia (MP-BA) para que sejam apurados a origem e o destino do
material encontrado.
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