terça-feira, 16 de outubro de 2018

Após dois anos, Governo pede devolução de bomba de insulina doada para jovem martinense


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: GMAIS NOTICIAS Imagem: Divulgação

Diabética Mellitus tipo um há mais de 15 anos, e   com diabetes de difícil controle desde sempre, por ter altas e baixas constantes na glicemia, a jovem martinense, Luzybel Bida, de 21 anos, faz acompanhamento no Hospital das Clínicas de Curitiba (SUS) desde os seis anos de idade e consulta lá até hoje e há dois anos conseguiu a decisão judicial, via ministério público, de que  receberia e usaria a bomba de insulina, o melhor tratamento que a jovem poderia ter para ter uma qualidade de vida muito próxima a de uma pessoa não diabética. Porém no dia 05 de outubro, quando sua mãe, Maria Izabel Bida, foi buscar seus insumos na regional de saúde de Ponta Grossa, onde mora atualmente, uma surpresa, o processo de recebimento desses insumos estava bloqueado.
“Eu já estava há cinco meses sem receber insulina e estava dividindo com o meu irmão, que também é diabético melittus tipo um, e ainda mês passado recebi uma doação de cinco canetas de colegas e professores da faculdade, para que, não ficasse sem insulina, e agora não receberia mais nenhum dos insumos, os quais não são meros acessórios, mas suportes à minha vida”, explica Luzybel.
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No ministério público, a família descobriu que depois de dois anos da decisão favorável do ministério publico, o Estado do Paraná entrou com um recurso alegando que o uso da bomba de insulina não é imprescindível e que Luzybel não comprovou a necessidade desse tratamento. Sendo assim, ela terá que devolver a bomba de insulina.
O tratamento com a bomba de insulina é extremamente caro, segundo Luzybel, tanto o aparelho da bomba quanto a manutenção e insumos mensais. O valor da bomba é de 25 mil reais (segundo o processo judicial), os cateteres custam cerca de 800 reais a caixa com dez (cada um dura três dias, logo a caixa serve para um mês), os sensores custam 200 dólares a caixa ( cerca de 600 reais a caixa com cinco, que dura um mês), os reservatórios custam 34 dólares a caixa ( cerca de 140 reais com dez, dura um mês),a insulina custa 117 cada frasco com dez ml (ela usa 2-3 por mês, logo seriam 351 reais em insulina), as tiras para teste de glicemia custam 75 reais cada caixa com 50 (ela usa três caixas por mês, logo seriam 225 reais), fora os aplicadores de sensor, de cateter, as baterias, as lancetas.
“Eu nunca teria como bancar um tratamento, e ainda muitos dos insumos são extremamente difíceis de encontrar para comprar no Brasil (tanto que na internet encontrei valores pelo ebay e em poucas farmácias), por isso recorri ao ministério público, com a indicação dos médicos e com laudos que comprovavam minha doença e minha necessidade.
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E eu nunca recebi dinheiro algum, tudo o que recebi foram os insumos. Além disso, eu estou agora sem processo algum de recebimento de medicamentos, logo não tenho direito à receber nem mesmo as canetas de insulina que são o tratamento padrão do estado”.
Para Luzybel a situação é desesperadora. De acordo com ela, a bomba de insulina não é um luxo, é uma real necessidade. “Todas as funções que ela tem não são apenas para tornar minha vida mais fácil, são para tornar minha vida digna, para que eu não tenha tanto medo de sair de casa e passar mal na rua, na faculdade, no estágio, no ônibus”.
A jovem se diz preocupada com sua vida e não com sua comodidade. “Nas redes sociais, minha vida parece tranquila e bem normal, eu vou à festas, compartilho memes e faço críticas, mas isso não resume tudo o que passo no dia a dia. As crises, os riscos, os problemas sempre ficam de fora, a não ser que, como neste caso, eles tenham dimensões gigantescas. Eu estou desesperada e não sei o que fazer”.


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