By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem:
O MDB aprovou nesta quinta-feira (2) a candidatura de Henrique Meirelles à Presidência da República nas Eleições 2018. O partido confirmou o nome do
ex-ministro da Fazenda na corrida ao Palácio do Planalto durante
convenção nacional, em Brasília, com a presença do presidente Michel
Temer.
O resultado da votação foi anunciado pelo presidente do MDB, senador
Romero Jucá (RR). Segundo ele, a candidatura de Meirelles recebeu 357
votos dentre 419 votantes – 85% do total. Houve 56 votos contrários e
seis brancos.
Em discurso durante a convenção do MDB, Meirelles disse que seu
objetivo é resgatar o espírito de confiança do país e alfinetou, sem
citar nomes, os concorrentes na disputa ao Planalto.
"A minha candidatura tem um objetivo principal: resgatar o espírito de
confiança no Brasil. [...] Eu pergunto como e quem deve e tem condições e
a capacidade para resgatar a confiança do país", afirmou.
"O Brasil precisa de um messias, que veste-se com uniforme de salvador
da pátria? Não. Nem de um líder destemperado, tratando o país como se
fosse seu latifúndio. E nem eternos candidatos a presidente [...]. Essas
ofertas que os eleitores têm hoje só aumentam a desconfiança no Brasil e
nas instituições", concluiu.
O MDB confirmou Meirelles sem definir o nome do vice na chapa. Segundo
Romero Jucá, a escolha será feita até segunda-feira (6) por uma comissão
da sigla. Ele é um dos integrantes do grupo. Os convencionais também
autorizaram a Comissão Executiva Nacional do MDB a definir coligações
com outros partidos.
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Meirelles admitiu que seu vice poderá ser do próprio MDB, mas afirmou
que não estava discutindo nomes ao ser questionado sobre a senadora
Marta Suplicy (MDB-SP).
A candidatura de Meirelles é a primeira do MDB desde 1994, quando o
ex-governador de São Paulo Orestes Quércia disputou sem sucesso a
corrida presidencial.
Meirelles vai concorrer à Presidência pela primeira vez. Ele se filou ao MDB em abril para disputar a sucessão de Temer, que cogitou tentar a reeleição, mas desistiu. Meirelles era filiado ao PSD quando trocou de partido.
Apesar da vitória na votação, a escolha de Meirelles foi criticada por
integrantes do partido, como os senadores Renan Calheiros (AL) e Roberto
Requião (PR).
Renan defendeu que o partido não lançasse um candidato próprio. Para
ele, a candidatura de Meirelles é “ridícula”. “O MDB é competitivo em
vários estados, temos os melhores governadores do ponto de vista da
avaliação, nós não podemos submetê-los a essa ridícula candidatura do
Meirelles”, afirmou.
Meirelles disse que as críticas não o incomodam e que vai melhorar o desempenho nas pesquisas.
Ao discursar, o presidente Michel Temer criticou candidatos que "não
têm projeto" e "vão para a baixaria". Segundo Temer, o MDB não é um
"pigmeu político"; é "feito de gigantes".
"Eu vejo, meus amigos, os candidatos, nem quero mencionar, pobres
coitados, que na verdade como não têm projeto, então, me permitam a
expressão, vão para 'baixaria'. Provocações. Pobre coitado. Pigmeu
político. Nós não somos pigmeus. O MDB é feito de gigantes, e o gigante
que vai nos conduzir é o Meirelles", disse o presidente.
Temer disse, ainda, que Henrique Meirelles tem o projeto de levar adiante "grandes reformas" que o governo dele começou.
"Se em dois anos de governo nós conseguimos realizar tudo aquilo que o
vídeo mostrou, e tendo você à frente da economia, portanto você foi a
figura principal do governo.
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Se em dois anos nós conseguimos fazer,
imaginem, meus amigos do MDB, o que o Meirelles fará em 4 anos, talvez
em 8 anos. Fará uma coisa extraordinária", disse.
Propostas
Entre as propostas que apresentou durante o discurso, o candidato do MDB manifestou intenção de:
- Estabelecer "agenda de reformas" que permita ao país produzir “mais e melhor”;
- Criação do “cartão da família” para complementar o Bolsa Família. Cartão com recurso e crédito para os beneficiários do programa;
- Criação de um programa de infraestrutura chamado “Brasil Integrado” para reduzir distâncias e melhorar o transporte no país;
- Programa “Pró-Infância” para destinar vagas em creches particulares para famílias que recebem o Bolsa Família;
- Programa “Brasil Seguro e Forte” na área de segurança pública, com “cooperação intensiva de inteligência” com os estados.
Trajetória
Natural de Anápolis (GO), formado em engenharia civil, o ex-ministro
completa 73 anos em 31 de agosto. Antes de ingressar na política, ele
fez carreira como executivo da área financeira, com atuação
internacional. Ocupou o cargo de presidente do Bank of Boston no Brasil
entre 1984 e 1996, quando foi escolhido para ser presidente mundial da
companhia.
Em 2002, filiado ao PSDB, Meirelles se elegeu deputado federal por
Goiás. Ele não exerceu o mandato para assumir a presidência do BC a
convite do recém-eleito presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Meirelles
comandou a instituição de 2003 a 2010, nos dois mandatos de Lula.
Fora do BC, Meirelles atuou como presidente do Conselho da J&F,
controladora da JBS. Em maio de 2016, foi nomeado ministro da Fazenda
por Temer, que assumiu após o afastamento e posterior impeachment de
Dilma Rousseff. Meirelles permaneceu no governo até abril deste ano.
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