By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: JORNAL EXTRA – Imagem: O Globo
A Polícia Militar prendeu na manhã desta quinta-feira o dono da companhia de refrigerantes Dolly, Laerte Codonho. Ele estava em
sua casa, na Granja Viana, em Cotia, na Grande São Paulo. As
investigações apontam para fraude fiscal estruturada, organização
criminosa e lavagem de dinheiro, num total desviado de R$ 4 bilhões.
A
PM foi acionada pelo Ministério Público de São Paulo para acompanhar a
prisão do empresário. Codonho, encaminhado ao 77º DP, chegou à delegacia
com um papel sulfite nas mãos no qual se lia "Preso pela Coca-Cola",
escrito com batom vermelho.
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Enquanto caminhava para
dentro da delegacia, Codonho afirmou a jornalistas que sua prisão se
devia a uma "perseguição da Coca-Cola" e que era vítima de esquemas
praticados por seu contador. Procurada, a Coca-Cola informou que "não
comenta processos judiciais em que não esteja envolvida".
A
Dolly disse que a prisão é "injusta". "Laerte Codonho sempre colaborou
com as autoridades, e tem certeza que provará sua inocência. A defesa
recorrerá da decisão e confia na Justiça", afirmou a empresa em nota.
Além
de Codonho, o ex-contador da Dolly, Rogério Raucci, e o ex-gerente
financeiro da empresa, César Requena Mazzi, também foram presos e
levados ao DP.
De acordo com o Ministério Público
Federal, que é o autor da ação, os réus reduziram o pagamento de
contribuições previdenciárias e sociais destinadas ao Incra, Senai, Sesi
e Sebrae entre os anos de 1999 e 2001, a partir da criação de uma
empresa, que supostamente prestaria serviços de manutenção à fabricante
de bebidas.
Funcionários da Dolly teriam sido
demitidos e, em seguida, recontratados pela nova empresa, "com
continuidade da prestação laboral da forma pactuada com o empregador
inicial, inclusive no que tangia à subordinação", diz o processo do MPF.
Nesta
quinta-feira, dois helicópteros foram apreendidos em São Bernardo do
Campo e dois carros de luxo em Cotia. Os PMs também recolheram dinheiro
em espécie (reais, dólares, euros e libras) na mansão de Codonho.
A
operação parte do Gedec (grupo criado pelo Ministério Público de São
Paulo para combate a cartel e lavagem de dinheiro), a Procuradoria-Geral
do Estado e a Polícia Militar.
"Há notícia de ações
cautelares ajuizadas pela Procuradoria-Geral do Estado e Procuradoria da
Fazenda Nacional buscando, no âmbito fiscal, a recuperação de ativos de
bens do grupo econômico mencionado, responsável por débitos fiscais
bilionários já constituídos.", disse o MP-SP, em nota sobre o caso.
SEGUNDA VEZ
Em
maio do ano passado, a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo
deflagrou a Operação Clone, para combater inadimplência fraudulenta do
ICMS. À época, haviam suspeitas de que a fabricante de bebidas Dolly
teria retomado as suas atividades de forma irregular, a partir da
criação de novas empresas, depois de ter sua inscrição estadual cassada
em 2016.
A companhia tinha dívidas de R$ 2 bilhões em
ICMS. A Dolly disse na ocasião que não praticara sonegação fiscal e que
era "vítima de seu escritório contábil que durante anos, omitiu do
Fisco dados importantes, provocando um desfalque milionário com
falsificação de sentenças, fraude de guias e documentos", repetindo o
que Codonho disse hoje na porta da delegacia.
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