By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: UOL – Imagem: Luciana Amaral (Uol)
O
ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, e o secretário nacional de
Segurança Pública, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, afirmaram nesta
sexta-feira (11) que a revelação de documentos da CIA, agência de inteligência
americana, indicando o aval de ex-presidentes militares brasileiros para
execuções de opositores ao regime militar, não tira o prestígio das Forças
Armadas.
Jungmann
disse que o governo brasileiro ainda não tem conhecimento oficial sobre o que
diz o documento e que, para se ter um pronunciamento desse assunto, é preciso
acesso "de governo a governo". Ele disse que uma solicitação aos
papéis ao governo norte-americano não cabe ao Ministério da Segurança Pública,
mas acredita que "alguma medida deve ser tomada"
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"O
prestígio das Forças Armadas eu acredito que permanece nos mesmos níveis em que
elas se encontram até aqui por uma razão muito simples. As Forças Armadas brasileiras
são um ativo democrático que o país hoje tem. Isso evidentemente que não é
tocado por uma reportagem", declarou Jungmann.
O
general Santos Cruz corroborou a fala do ministro de que o conteúdo das
supostas autorizações a execuções a opositores dos militares "não arranha
em nada o prestígio" das Forças Armadas. Ele ainda indagou quais seriam os
interesses políticos por trás da divulgação dos documentos, especialmente em um
ano eleitoral como 2018."Até mesmo porque tem de ler com bastante
profundidade esse documento e não ficar só na manchete, né? Esse ano é um ano
eleitoral, uma eleição que vem com pesquisas...foram publicadas várias notícias
de que um número maior de militares está participando nessa próxima eleição.
Então tudo isso aí. Tem que ver também interesses políticos nesse tipo de
divulgação", falou. "Tem que ver o contexto político em que isso aí
está colocado.
"Questionado
pelo UOL se considera a divulgação do documento uma retaliação aos militares, o
general negou.
Até o
momento, o presidente Michel Temer (MDB) manteve o silêncio sobre o assunto.
Procurada pelo UOL, a Presidência da República também não retornou contato.
Nesta
sexta, Jungmann e Santos Cruz convocaram coletiva de imprensa para lançar a
Operação Tiradentes II, força-tarefa de órgãos de segurança militares estaduais
com duração de 24 horas. Além do combate à violência, o governo informou que o
objetivo da ação é "mostrar à sociedade o impacto de 24 horas do trabalho
das corporações militares no país".
O ato
simbólico para o início da operação aconteceu no gramado da Esplanada dos
Ministérios, em Brasília, em que reuniram dezenas de policiais e bombeiros
militares junto aos respectivos veículos, inclusive com helicóptero e
embarcação marítima.
Autorização para executar opositores
O memorando
da CIA foi revelado nesta quinta (10) pelo pesquisador da FGV (Fundação Getúlio
Vargas) Matias Spektor. De acordo com o estudioso, documento de 11 de abril de
1974, elaborado pelo então diretor da CIA, William Egan Colby, e endereçado ao
secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger, revelou que Geisel sabia e
autorizou execução de opositores durante seu governo. Em nota divulgada também
nesta quinta (11), o Exército disse que os documentos relativos à atuação dos
órgãos citados no memorando não existem mais. Assim, a corporação não poderia
confirmar a veracidade dos fatos descritos pela CIA.
"O Centro de Comunicação Social do Exército
informa que os documentos sigilosos, relativos ao período em questão e que
eventualmente pudessem comprovar a veracidade dos fatos narrados, foram
destruídos, de acordo com as normas existentes à época — Regulamento da
Salvaguarda de Assuntos Sigilosos (RSAS)", informou a nota do Exército.
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