By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: CORREIO BRAZILIENSE – Imagem: Nelson Almeida (AFP)
O pré-candidato do PSL à Presidência da República, deputado federal Jair Bolsonaro (RJ), comparou as autorizações sumárias dadas pelo presidente Ernesto Geisel para executar opositores do regime militar no
Brasil a uma espécie de punição usada por pais contra seus filhos. "Quem
nunca deu um tapa no bumbum do filho e depois se arrependeu? Acontece",
disse o parlamentar à Rádio Super Notícia, de Belo Horizonte, na manhã
de sexta-feira (11/5).
Documento escrito pelo
diretor da CIA em 1974, William Colby, e revelado na quinta (10/5)
afirma que Geisel, quando assumiu o governo, deu continuidade à política de repressão e execução de presos políticos então
praticada por seu antecessor, Emílio Médici. Bolsonaro desmereceu o
documento da agência americana de inteligência e defendeu a atuação dos
militares à época.
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"Voltaram à carga. Um capitão tá pra chegar lá. É o momento",
disse, referindo-se à possibilidade de ele ser eleito presidente da
República em outubro. Conforme o deputado, essa informação foi revelada
por um historiador e nem havia publicada pela imprensa. "Tem que matar a
cobra e mostrar o pau. Até na sua casa, com todo respeito, você vê
quando você erra".
Bolsonaro explicou o que
acha que ocorreu para que o documento tenha sido produzido. "O que pode
ter acontecido com esse agente da CIA? Quantas vezes você não falou no
canto? 'Tem que matar mesmo, tem que bater'. Talvez o cara tenha ouvido
uma conversa como essa, fez o relatório e mandou. Em seguida, citou
matéria publicada na imprensa sobre mortes ocorridas de militantes
políticos e militares durante a ditadura. O momento era outro. Ou a
gente botava para quebrar, ou o Brasil estava perdido".
O
parlamentar comentou ainda sobre o movimento de resistência da época
que ficou conhecido como Guerrilha do Araguaia. "Se tivéssemos agido com
humanismo ao tratar esse foco de guerrilha, teríamos no coração do
Brasil uma Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). E graças
aos militares daquela época, não temos", afirmou.
"Esse
pessoal que disse que matamos naquele momento, que desapareceu, caso
estivesse vivo por um motivo qualquer, estaria preso acompanhando o Lula
lá em Curitiba. Essas pessoas não têm qualquer amor à democracia e à
liberdade. Eles querem o poder absoluto".
Segundo
o deputado, que lidera cenários da disputa pelo Palácio do Planalto, ao
contrário do que poderia estar ocorrendo com outros pré-candidatos em
seu lugar, nenhum partido o chama para conversar. "Se outro deputado,
outro político, outro candidato qualquer, tivesse em torno de 20% (nas
pesquisas), já imaginou a quantidade de partidos que estaria buscando
esse candidato pra fazer acordos para o futuro?".
O
deputado disse saber o motivo de não ser procurado. "Porque eu não faço
acordo. Do tipo que eles querem, escondidinho. Eu faço aqui. Ao vivo eu
faço. Estou há 27 anos na Câmara dos Deputados, conheço quase tudo lá.
Os acordos são outros. O repartimento dos cargos públicos nos
ministérios, bancos oficiais, estatais que você sabe onde vai chegar.
Falência do Estado e corrupção".
Na
entrevista, o parlamentar afirmou ser favorável aos alimentos
transgênicos e disse que, se eleito, licenças ambientais para produção
no campo serão concedidas em 30 dias. Ele disse ainda que pretende
unificar o Ministério da Agricultura com o do Meio Ambiente, para "não
ter briga".
Citando Israel, Bolsonaro defendeu a produção de alimentos geneticamente
modificados. "Se colocar em prática (transgênicos), aumenta a
produtividade e vai ter alimento em abundância. O mundo vai chegar agora
em 2024 na casa dos 8 bilhões de habitantes. O mundo cresce em mais de
70 milhões de habitantes por ano. É melhor você comer algo transgênico
do que morrer de fome, já que poucos países adotam política de
planejamento familiar", disse.
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