Pela fé, prudentopolitanos mantêm tradição de pisar na brasa de São João

By: INTERVALO DA NOTICIAS

Texto: Edilson Kernicki (Rádio Najuá) – Imagem: Élio Kohut (Intervalo da Noticias/Rádio Najuá)

Caminhar descalço sobre as brasas de uma fogueira parece loucura, mas é a fé que faz com que a comunidade de Prudentópolis mantenha viva a tradição de saudar seu padroeiro, São João Batista, dessa forma nas festividades juninas. O costume antigo foi retomado depois de algum tempo sem ser realizado e a tradição renovada está sendo mantida há sete anos na localidade de Linha Inspetor Carvalho, no interior do município.

O apego ao santo padroeiro leva muitos corajosos a pisar descalços sobre as brasas que são espalhadas no chão. As brasas foram produzidas a partir de uma fogueira que utilizou dois metros cúbicos de lenha na festa desse ano, conforme explica Emerson Carminatti.

“Fazemos a fogueira desde quando eu era criança, mas demos uma parada e faz sete anos que começamos de novo e, desde então, estamos mantendo a tradição”, conta.

A reportagem da Najuá, presente ao evento, testemunhou que Emerson, que quando era criança tinha medo de pisar na brasa, caminha agora tranquilamente sobre ela. “Não, não senti nada. Não queimou. Passei tranquilo. Nós temos muita fé em São João Batista. É uma tradição. Quem tem fé passa tranquilo e quem vê passa também”, garante.

Emerson contou que, quando era criança, via os adultos passando pela brasa, tinha certa curiosidade, mas o medo era maior. Na primeira vez que tentou, arriscou passar usando tênis, pois o medo de se queimar persistia. “Mas agora eu passo por primeiro, porque eu lembro de quando eu não tinha coragem de passar e faço isso para dar coragem aos outros de passar também”, ressalta.

O sobrinho de Emerson, Lucas, de apenas nove anos, até o ano passado também tinha medo e neste ano acabou criando coragem de pisar sobre a brasa. “Ele é novo ainda, tem nove anos e não tinha coragem de passar. Ele até chorou que queria passar, mas não tinha coragem. Esse ano ele criou coragem e acabou passando e isso é bem legal”, orgulha-se o tio.

No ano passado, a criança acabou preferindo apenas passar sobre a brasa estando no colo do pai, gesto que foi repetido pelo primo de Lucas esse ano, que andou sobre a brasa também no colo do pai. “É assim que começa. Vai acreditando e vai mantendo a tradição. Se depender dos mais novos, vamos manter nossa tradição e tomara que perdure ainda por bastante tempo”, aposta Emerson.

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