By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Diana Brito (Folha de S. Paulo) – Imagem: Divulgação
Um adolescente de 15 anos foi agredido a pauladas e acorrentado nu pelo pescoço a um poste, na noite de sexta-feira (31), no Flamengo, zona sul do Rio. Moradora da região, a filóloga Yvonne Bezerra de Mello, 67, do Projeto Uerê, encontrou o garoto desorientado e chamou os bombeiros.
Sem documentos, ele foi socorrido e levado para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro, e depois desapareceu. Segundo Yvonne Mello, o jovem nem sequer conseguia falar porque estava muito machucado _a maioria dos ferimentos era na cabeça.
"Me pareceu que alguém quis fazer Justiça com as próprias mãos já que aqui tem acontecido muito assalto, principalmente com gangues de garotos e ciclistas. Mas, admira ver uma cena deplorável dessa em 2014. Uma barbárie.. se é marginal, prende", disse a filóloga à Folha.
"Na hora, eu vi um quadro de Debret, aqueles negros no pau de arara, amarrados no tronco para serem castigados a pauladas", lembrou.
Yvonne Mello fez a imagem do garoto e divulgou na rede social em protesto. Ele estava nu e com hematomas por todo o corpo.
Ela conta que encontrou o rapaz através de um amigo que o avistou primeiro. Minutos antes, eles participavam de uma reunião para falar justamente da insegurança na região.
Os bombeiros tiveram que usar um maçarico para libertar o rapaz. "Ele não falou nada porque estava meio tonto com muita pancada na cabeça, meio sem ação", disse a moradora.
Testemunhas afirmaram que o garoto foi agredido a pauladas por um grupo de três homens, que estavam em motos. A Polícia Civil informou que a delegada titular da 9ª DP (Catete), Monique Vidal, registrou o crime na unidade como "lesão corporal", após tomar conhecimento do caso pela imprensa.
Nesta terça-feira, a polícia informou que o jovem já foi identificado, mas ainda não foi localizado. Ele já foi acusado três vezes por roubo e furto.
VIOLÊNCIA
A filóloga Yvonne Mello afirmou que aumentou muito o número de furtos e assaltos, nos últimos meses, no Flamengo. Ela reclama que não há segurança no local.
"Não tem polícia aqui. Então, essas gangues se aproveitam para atacar as pessoas, inclusive idosos, que eles empurram para tirar a bolsa. Esportistas e ciclistas também são alvos. Só nos últimos 15 dias foram registrados cinco casos de vítimas esfaqueadas no Flamengo", alertou.
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