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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR – Imagem: Divulgação
A permissão tinha recebido sinal verde a partir da votação de 25 de
julho, quando a maioria dos deputados estaduais derrubou os vetos do
Governo do Estado ao projeto que originou a lei 21.052/22 - os vetos, em resumo, impediam a importação de lixo no Paraná.
O recuo da Alep foi confirmado em nota lida pelo presidente Ademar
Traiano (PSD) na sessão desta segunda-feira (1º). No final de semana, o
governador Ratinho Júnior (PSD) se manifestou contrário a lei sem os vetos.
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Com a decisão, a Alep não
promulgará e nem publicará os dois dispositivos vetados no projeto
base, tornando sem efeito os trechos que passaram a permitir a entrada
de lixo de outros estado no Paraná. Na prática, os vetos do governador continuam valendo. Entenda mais abaixo.
Promulgar é o ato de publicar uma lei. A medida é feita pela presidência de Casas Legislativas quando um projeto de lei, após ser aprovado pelos parlamentares, volta ao Poder Legislativo com vetos do Governo do Estado.
Na semana passada, a lei com os vetos derrubados recebeu críticas de
ambientalistas e órgãos representativos, como o Ministério Público do
Paraná (MP-PR) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A decisão
Segundo Traiano, a decisão de não promulgar os trechos vetados da lei
foi tomada em reunião entre a maioria dos parlamentares, durante a manhã
desta segunda.
“[...] Em razão das interpretações diversas e para resguardar o
compromisso ambiental, não promulgaremos nem publicaremos os
dispositivos vetados, tornando sem efeito o veto derrubado. Essa decisão
foi tomada após novos debates com os parlamentares da situação e da
oposição”, diz trecho da nota.
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Segundo o presidente, participaram do encontro na Alep diversas
entidades do setor produtivo, entre elas o Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia (CREA-PR), Instituto de Engenharia do Paraná
(IEP), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Federação da
Agricultura do Estado do Paraná (Faep), e associações de engenheiros
agrônomos e ambientalistas.
Na nota, a Assembleia garantiu que a intenção da iniciativa era
“modernizar as regras, facilitar o transporte e reduzir distâncias entre
os geradores e o destino final dos resíduos, de modo a minorar o dano
ambiental”. Disse, também, que o debate para a aprovação foi amplo.
“A proposta manteve a exigência de licenças ambientais e uma rigorosa
documentação para os aterros. Apenas dois dispositivos foram vetados
pelo Poder Executivo, que traziam soluções logísticas para os resíduos
produzidos em estados vizinhos [...] a legislação atual já permite o
recebimento quando existe conurbação entre cidades fronteiriças”.
Entenda a cronologia
O projeto de lei que permitia que o Paraná recebesse lixo de outro
estados foi aprovado pelos deputados estaduais em quatro votações. Em
uma delas, por unanimidade.
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- A proposta foi apresentada em 8 de março pelo deputado Tião Medeiros (PP), aliado do governador Ratinho Júnior (PSD);
- 15 dias depois, o plenário aprovou o pedido do autor para que o projeto começasse a tramitar em regime de urgência;
- Tião Medeiros alegou interesse público e repercussão para coletividade, o que justificaria a dispensa das formalidades regimentais.
- Em 29 de março, o relator do projeto na Comissão de Meio Ambiente, deputado Goura (PDT), emitiu parecer contrário ao projeto. O voto dele foi vencido e o projeto aprovado na comissão.
- A proposta foi à plenário em primeira discussão e foi aprovada por 37 votos a 8;
- Em 4 de abril foi a segunda discussão em plenário, quando a proposta começou a passar por várias mudanças;
- Uma das alterações foi do artigo que trata da importação de lixo de outros estados. Pela nova redação, o Paraná poderia receber resíduos desde que siga uma série de exigências e documentos ambientais;
- Ficou proibida a entrada no estado de lixo radioativo, reativo e explosivo;
- Na segunda votação, o projeto foi aprovado com mudanças e por unanimidade;
- O projeto passou por mais uma votação para a aprovação da redação final;
- Naquele momento, já havia a previsão de importar lixo de outros estados;
- No fim de maio, o governador vetou dois trechos da lei. Um deles tratava da permissão para o estado receber lixo de outros lugares;
- Em 25 de julho, os deputados derrubaram o veto, com 29 votos;
- 13 deputados votaram por manter a restrição - entre eles os da oposição, que anteriormente tinham aprovado o projeto.
Manifestações contrárias
Na época da discussão do projeto, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
analisou a proposta e concluiu que a iniciativa merecia um debate mais
aprofundado, e a elaboração de políticas públicas de acordo com normais
legais.
O MP-PR também estudou todos os pontos do projeto. Em nota técnica à
Comissão do Meio Ambiente da assembleia, o órgão defendeu a rejeição e
arquivamento do texto, pelo princípio da vedação do retrocesso
ambiental.
O projeto original previa que o Paraná poderia receber todo tipo de
resíduos, inclusive explosivos e radioativos, desde que com
licenciamento ambiental.
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