By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: METROPOLES – Imagem: Divulgação
Em reação à determinação do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ordenou ao Senado a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação do governo federal no combate à pandemia de Covid, o presidente Jair
Bolsonaro
(sem partido) insinuou uma retaliação do Legislativo, que poderia
colocar em tramitação pedidos de impeachment contra integrantes do
Supremo. “No Senado, tem pedidos de impeachment de ministro do Supremo”,
relembrou Bolsonaro.Continua depois da publicidade
O chefe do Executivo federal disse que considera a atitude de Barroso
uma interferência indevida no Senado e foi além: “Não há duvida que há
uma interferência do Supremo em todos os poderes”.
O presidente questionou o porquê da decisão do ministro Barroso ser
contrária ao governo federal e não se preocupar em investigar os governadores, que, na sua opinião, desrespeitam a Constituição e promovem “estado de sítio”
ao decretarem medidas restritivas contra a pandemia de Covid-19. “Por
que não investigam também as ações dos estados e municípios?”,
questionou.
Para o presidente, a medida de Barroso provoca conflito e é, segundo ele, o que o país não precisa agora.
“Temos decisões acontecendo, você sabe qual é a minha opinião. O Brasil
está sofrendo demais e o que nós menos precisamos é de conflito. Da
minha parte, você sabe a minha opinião”, reagiu Bolsonaro, em encontro
com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada.
“Respeito completamente a nossa Constituição, não tem um pingo fora das
quatro linhas da mesma. A vantagem é que a gente vê que a população, de
uma maneira geral, cada vez mais se conscientiza, se interessa por
política, debate, discute. Agora, seria bom se todo mundo jogasse dentro
das quatro linhas, tá ok?”, completou.
Inércia
A decisão do ministro Barroso atende
a pedido formulado pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e
Jorge Kajuru (Cidadania-GO), que questionam a inércia do presidente do
Senado e do Congresso, em avaliar o requerimento pela investigação,
apresentado há 64 dias, no início de fevereiro.
Para os senadores, a fala evidencia a “resistência pessoal” do
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sobre a abertura da CPI.
“Não há qualquer justificativa plausível para a não instalação da CPI”,
criticam.
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Após receber a notícia da
decisão do STF, ordenando que o Senado instaure uma CPI para investigar
responsabilidades sobre a gestão do enfrentamento à Covid-19, Pacheco disse que cumprirá a decisão, mas criticou a medida, por considerá-la inoportuna.
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