By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
Em um café da manhã com jornalistas realizado na terça-feira (13) em
Brasília, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que mais de 1,5 milhão de brasileiros não voltaram aos postos de saúde para receber a segunda dose da vacina contra a Covid-19. De acordo com o Ministério da Saúde, São Paulo é o estado com o maior contingente, com mais de 343 mil atrasados. Na sequência, aparecem Bahia (148 mil) e Rio de Janeiro (143 mil).
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Queiroga disse que pretende reforçar as campanhas para que todos
completem o esquema vacinal. Para isso, vai contar com o apoio do
Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass).
A informação do ministro foi complementada pela coordenadora do Programa
Nacional de Imunizações (PNI), Francieli Fantinato. A especialista
pediu que todos aqueles que tomaram a primeira dose e já esperaram o
intervalo mínimo necessário retornem até o local de vacinação mais
próximo para completar o esquema preconizado.
Esse intervalo, vale reforçar, varia de acordo com o imunizante
aplicado. No caso da CoronaVac, da Sinovac e Instituto Butantan, o tempo entre a primeira e a segunda dose é de 14 a 28 dias.
Já na AZD1222, de AstraZeneca, Universidade de Oxford e Fundação Oswaldo Cruz, o período de espera é de 3 meses.
Mas quais são os riscos que esses 1,5 milhão de brasileiros estão correndo ao não tomarem a segunda dose?
Resguardo duvidoso
A maioria das vacinas contra a Covid-19 testadas e já aprovadas
necessitam de duas doses para conferir uma taxa de proteção aceitável.
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Por ora, a única exceção da lista é o imunizante de Johnson e Johnson,
que já fornece uma boa resposta com a aplicação de apenas uma dose.
Esses esquemas vacinais foram avaliados e definidos nos estudos
clínicos das vacinas, que envolveram dezenas de milhares de voluntários e
serviram para determinar a segurança e a eficácia das candidatas.
Portanto, se alguém tomar apenas a primeira dose de CoronaVac ou AZD1222 e se esquecer da segunda, não estará devidamente protegido.
Por mais que a primeira dose já dê um pouco de proteção, essa taxa não
está dentro dos parâmetros estabelecidos pelos especialistas e pelas
instituições que definem as regras do setor, como a Organização Mundial
da Saúde, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária.
Outro ponto perigoso: ao receber a primeira dose (e não retornar para completar o esquema vacinal), o indivíduo corre o risco de ficar com uma falsa sensação de segurança.
Ele pode até achar, de forma absolutamente equivocada, que já está
imune ao coronavírus e seguir a vida normalmente, sem os cuidados
básicos contra a Covid-19.
As recomendações, porém, continuam as mesmas para quem recebeu duas, uma ou nenhuma dose de vacina: todos precisam manter distanciamento físico, usar máscaras, lavar as mãos e cuidar da circulação de ar nos ambientes.
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Ainda não se sabe ao certo como fica a situação de quem não completou
as duas doses: esses indivíduos precisam recomeçar o esquema vacinal do
zero ou podem tomar a segunda a qualquer momento?
Isso vai depender do tempo de atraso, especulam os especialistas.
"Se o prazo para receber a segunda dose passou demais, pode ser
necessário recomeçar o regime vacinal, pois todos os dados de eficácia
que temos são baseados num protocolo. Se fugirmos disso, não temos como
garantir a imunização", diz a imunologista Cristina Bonorino, professora
titular da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Num cenário de escassez de vacinas, isso pode comprometer ainda mais
nossos estoques e deixar na mão um monte de gente que ainda precisa se
imunizar.
Em todo caso, vale seguir a recomendação do Ministério da Saúde e
visitar o posto de vacinação mais próximo de sua casa o quanto antes
para completar a proteção contra a Covid-19.
Bonorino, que também integra a Sociedade Brasileira de Imunologia,
acredita que o governo deveria investir em campanhas de comunicação para
conscientizar as pessoas sobre a necessidade de seguir direitinho os
protocolos de imunização do país.
E é importante lembrar que a primeira e a segunda dose devem ser do mesmo fabricante, sem nunca misturar os produtos: tem que começar e terminar com a CoronaVac ou com a AZD1222.
De acordo com as últimas informações do Ministério da Saúde, até o
momento o Brasil vacinou um total de 27 milhões de pessoas contra a
Covid-19. O número corresponde a pouco mais de 12% da população do país.
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